A energia eólica poderá chegar ao concelho de Alcobaça até ao VerãoEnergia eólica está mais próxima de Alcobaça Após anos de impasse e de alguns acidentes de percurso a energia eólica poderá chegar ao concelho até ao VerãoAntónio Paulo Após muitos anos de burocracia e estudos, aparentemente estão reunidas as condições para a implantação do parque eólico dos Candeeiros/Alcobaça, que permitirá produzir 104 GWh através dos 12 aerogeradores a instalar ao longo de um corredor de nove quilómetros, num investimento estimado em cerca de 30 milhões de euros, a cargo do consórcio “ENERSIS”, que está a explorar o parque eólico da Nazaré, isto depois de ter sido numa fase inicial ter sido o consórcio “ABB/Enerbaça” a desencadear o processo de instalação do parque.

Hermínio Rodrigues, vereador do Ambiente, eleito pelo PSD, adiantou à Rádio Cister que “por parte da Câmara, ministérios da Economia e do Ambiente e do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o projecto está totalmente aprovado, e neste momento as sapatas das torres estão feitas, esperando-se que depois de montados, em Junho ou Julho os 12 aerogeradores com 3 megas de potência já estejam a funcionar”. O autarca acredita que mais parques poderão vir a surgir no concelho de Alcobaça, “tendo em conta o interesse que nos tem sido manifestado para a instalação de equipamentos, por exemplo, nas freguesias de Montes, Alpedriz e Pataias”.Por seu lado, Daniel Adrião, vereador eleito pelo PS, não entende “o facto de Alcobaça ser praticamente o único concelho na região que ainda não possui energia eólica, ao contrário, por exemplo, do que sucede na Nazaré, Rio Maior e Porto de Mós, no nosso concelho este processo tem-se arrastado imenso falando-se há imenso tempo de parques na Cela, Turquel e Benedita, mas o que é facto é que ainda não avançaram”. “Alguma coisa não andou bem em todo este processo, e é importante que o concelho de Alcobaça, abrace com a maior celeridade esta causa”. Sobre o “lento” processo de instalação da energia eólica no concelho, Rogério Raimundo, vereador eleito pela CDU, acha “muito estranho” que a Câmara Municipal tenha “aceite a participação de um intermediário no desenvolvimento do projecto, ao qual, sublinhe-se nós somos totalmente favoráveis”. “Finalmente, o processo passou a ser dirigido directamente por uma empresa, que depois de instalar os aerogeradores produzirá a energia eólica, esperemos que rapidamente”, refere Rogério Raimundo. Turquel fica de fora da éolicaInicialmente previsto para se estender pelas freguesias de Turquel e Benedita, o parque eólico que está previsto entrar em funcionamento até ao Verão, vai apenas ficar sedeado no território da segunda. A monitorização dos impactes junto de uma colónia de morcegos obrigou então o consórcio “ABB/Enerbaça” a prolongar por mais um ano a realização do estudo de impacte ambiental, optando os empresários por confinar a sua localização apenas à área da freguesia Benedita. Não inviabilizando a futura extensão do parque à freguesia de Turquel, os morcegos “contribuíram” para o atraso no desenvolvimento do projecto e para algumas alterações traduzidas no aumento da potência dos aerogeradores de 1,5 para 3 megas, e na sua redução do número inicial de 20 para 12 unidades.Quem desvaloriza o facto de Turquel ficar para já de fora da energia eólica, é José Diogo, presidente da Junta de Freguesia local, que “no imediato” quer “uma definição sobre quem é o dono de 700 hectares da Serra dos Candeeiros, para onde estava prevista a instalação do parque”. “Existe uma enorme confusão sobre quem é o dono desses terrenos, que a Junta reivindica como seus, porque não existe comissão de compartes, isto apesar de o município ter efectuado uma escritura a nível de finanças”. O autarca defende “a necessidade urgente de definir quem é o legítimo proprietário dos terrenos e representativo da população”, questionando onde “é que está o “dono” que já gastou milhares de euros em benfeitorias e caminhos?”, para logo responder que “quem o fez foi a Junta de Freguesia de Turquel”.Cela apenas com um aerogeradorO projecto inicial de instalação pela “Eólica da Cela” de um parque eólico com dois aerogeradores no Casal da Maceda, na freguesia da Cela, para além da teia burocrática em que se viu mergulhado, viu depis serem-lhe levantados obstáculos em relação à passagem área de cabos por parte de alguns proprietários de terrenos. Ultrapassada essa dificuldade, Paulo Mateus, da “Eólica da Cela” referiu ao REGIÃO que “com o aparecimento de nova tecnologia, optámos por instalar apenas um aerogerador, com a mesma potência de 2 megas, inicialmente previstos para serem produzidos por duas torres”. “Neste momento já está colocada a sapata onde irão assentar a torre, e em breve começará a ser produzida energia”, adiantou Paulo Mateus. O parque eólico de Casal da Maceda, representa um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros, e será capaz de produzir uma média anual de 7 GWh de energia eléctrica, a lançar na subestação da Cela e redireccionada para a Rede Eléctrica Nacional.Entretanto, o protocolo de contrapartidas celebrado com a Junta de Freguesia da Cela, foi rescindido unilateralmente pela “Eólica da Cela”, dado ter sido suscitado um alegado conflito de interesses por parte de Paulo Mateus, enquanto membro da Assembleia de Freguesia da Cela e administrador da “Eólica da Cela” .