Armando LopesColunista.As aulas de substituição, tal como estão concebidas, são uma patetice!…Não porque seja disparatado procurar manter os tempos de leccionação e de aprendizagem. Não porque seja disparatado evitar a sua redução. Mas apenas porque se pretende misturar dois conceitos distintos, confundindo aulas de substituição com disponibilidade dos professores.
De facto, os professores devem ter disponibilidade para os seus alunos. O que é completamente diferente de pretender que a tenham para os alunos dos outros. No entanto, para que os professores tenham disponibilidade para os seus alunos, as escolas precisam de lhes dar as condições necessárias para realizarem o seu trabalho. Ora, para que isso aconteça, é preciso investir quer em instalações quer em material. O que implica recursos financeiros que, não sendo disponibilizados, impedem qualquer tipo de progresso. Pois, já diz o velho ditado, quem não tem dinheiro não tem vícios.Por outro lado, querer que um professor de Português dê aulas de Matemática ou um de Matemática dê aulas de Inglês, é tão disparatado como pôr um carpinteiro a fazer trabalhos de canalizador ou um mecânico de pedreiro. Pelo que, a verdadeira finalidade destas aulas de substituição, é transformar as escolas em armazéns, quando elas deviam ser centros de formação e cultura. E, para além disso, branquear determinado tipo de situações e comportamentos. Ao chamar a atenção para a problemática das faltas dos professores, branqueia-se o comportamento dos maus profissionais e penalizam-se os cumpridores, responsabilizando-os pelo mau desempenho das escolas. Procurando, com esta atitude, moldar a opinião pública. Virando-a contra uma classe que, como todas as outras, tem bons e maus profissionais. E, simultaneamente, justificando com estas manobras de diversão, todas as deficiências e incapacidades do sistema de ensino.Assim se esconde a realidade, se desviam as atenções e se distorce a opinião pública. Quando todos nós sabemos que, o problema do absentismo nas escolas, tem outras motivações e se resolve de outra maneira.
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