Em Alcobaça apenas duas escolas têm ditada ordem de encerramento no próximo ano lectivoEm Alcobaça vão fechar duas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico Se na Nazaré não está previsto qualquer encerramento em Alcobaça vão fechar duas escolas António Paulo/Liliana JoãoAs localidades de Casal Vale Ventos, na freguesia de Turquel e Ribeira do Marete, na freguesia de Vimeiro, ambas no concelho de Alcobaça, têm as suas escolas do 1º Ciclo de Ensino Básico – antigas escolas primárias -, inscritas na lista de encerramentos em 2006/2007, por serem frequentadas por menos de 20 alunos. Um número que leva Alcina Gonçalves, vereadora da Educação, na Câmara Municipal de Alcobaça, a referir que “nós não temos grandes problemas em relação ao encerramento de escolas como outros concelhos, já que apenas vamos encerrar duas”, sublinhando que “como a população infantil não está a decrescer no nosso concelho, este ano ainda não nos debatemos com um problema significativo”. Quanto ao futuro do pessoal docente das escolas que vão encerrar portas, a autarca não se quer pronunciar porque “é o Ministério da Educação que trata desse assunto, nós apenas gerimos equipamentos e escolas a par do assegurar dos transportes dos alunos para os estabelecimentos de ensino”. Em relação do concelho da Nazaré, o REGIÃO apurou que não está previsto qualquer encerramento.

As duas escolas alcobacenses a encerrar, integram um lote de meia centena que por todo o distrito de Leiria, vão fechar, e que representam, de acordo com o Sindicato de Professores da Zona Centro (SPZC), cerca de 12,8 por cento dos estabelecimentos daquele grau de ensino em funcionamento. Em relação aos seis distritos da região Centro – Coimbra, Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco e Leiria – o levantamento do ZPZC aponta para que “apesar do anúncio inicial de encerramento ter sido de 150 escolas em 2006/2007”, o número de escolas a encerrar “atingirá o meio milhar de estabelecimentos” . De acordo com o coordenador do SPZC, Mário Nogueira, a lista de escolas a encerrar foi elaborada nos meses de Dezembro e Janeiro, por dirigentes sindicais a partir da confirmação do fecho junto dos próprios estabelecimentos, agrupamentos educativos, conselhos executivos, coordenações educativas e autarquias.Duas mil crianças mudam de escolaO SPZC prevê que com o encerramento daqueles estabelecimentos de ensino será necessário transportar “mais de 2000 crianças de diferentes localidades” e defende que a deslocação se efectue “no mais estreito e escrupuloso cumprimento de todas as regras de segurança em vigor para os transportes escolares”. Numa projecção efectuada até ao final da legislatura, o SPZC vaticina que, no Centro do país, 54,2 por cento das escolas terão menos de 20 alunos e estarão em “risco de encerrar se o Governo não alterar as suas intenções” e admite que a renovação do 1º Ciclo do Ensino Básico passe pelo encerramento de escolas com pequena frequência de alunos, “mas recusa em absoluto o processo administrativo que o Ministério da Educação tem em curso com vista ao encerramento de escolas com menos de 20 alunos”. “A aplicação desta medida à região Centro, tal como na grande maioria de outros pontos do país, poderá ser desastrosa, com graves consequências para muitas comunidades educativas e até para o próprio desenvolvimento sustentável e equilibrado das regiões”, sublinha o SPZC.De acordo com o sindicalista Mário Nogueira, este encerramento “sem regras”, projectado para “a poupança no imediato e sem avaliar as consequências para o futuro, atingirá milhares de professores”. Consensos com as populações e comunidades educativas, negociação entre o governo e as organizações sindicais e escolas de acolhimento com condições de qualidade, são algumas das reivindicações formuladas pelo SPZC neste processo de reorganização da rede escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico.