Para Paula Mateus “Linda Inês ou o grande desvairo” é o trabalho mais poético de Armando Janeira“XIV Feira do Livro de Alcobaça” lança livro sobre Inês de CastroA “XIV Feira do Livro de Alcobaça” lançou no passado domingo o livro “Linda Inês ou o grande desvairo”Liliana JoãoA XIV Feira do Livro de Alcobaça abriu portas no passado sábado e prossegue até ao próximo dia 26, no pavilhão Mercoalcobaça, das 10 às 23 horas, numa organização conjunta da Associação Carpe Diem e da Câmara Municipal de Alcobaça. O certame conta, com a presença de cerca de duas dezenas de editoras, pondo à disposição dos alcobacenses e visitantes várias centenas de títulos que vão desde a literatura infanto-juvenil, livros técnicos e didácticos e os grandes escritores de língua portuguesa.
No passado domingo, a Feira do Livro de Alcobaça apresentou em livro a peça teatral “Linda Inês ou o grande desvairo”, um lançamento da Pássaro de Fogo Editora, que contou com a presença de Paula Mateus, responsável pela editora e Jorge Pereira de Sampaio, programador-geral das Comemorações do Ano Inesiano. Esta peça teatral foi escrita por Armando Martins Janeira, nome como ficou conhecido o embaixador português no Japão desde 1964 a 1971, Virgílio Armando Martins. No entanto foi em Sydney, onde esteve como cônsul e escreveu a primeira versão de “Linda Inês ou o grande desvairo”, representada nesta cidade em 1952, depois de traduzida para a língua inglesa. Em 1957 foi editada pelas Publicações Europa-América e, dois anos mais tarde, é levada a palcos portugueses.“Quando o autor escreveu a peça fê-lo a pensar num público que não conhecia a história de Inês, ou seja, escreveu para o público britânico, privilegiando a parte histórica. Quando Armando Martins Janeira viu pela primeira vez a peça no Teatro Monumental em Lisboa ficou decepcionado com o seu trabalho e decidiu escrever outra versão do livro, mas desta vez dando mais valor à ligação humana”, explicou Paula Mateus, que nos últimos cinco anos tem vindo a fazer o levantamento do espólio do embaixador, onde, tal como referiu “encontrou por acaso esta versão de “Linda Inês”. No início pensava que seria igual à primeira, no entanto revelou muitas diferenças”. Segundo a responsável da Pássaro de Fogo Editora “Armando Martins Janeiro tinha o sonho de ser poeta e “Linda Inês ou o grande desvairo” é provavelmente, o mais poético de todos os seus trabalhos éditos e inéditos”.A “segunda versão” de “Linda Inês” nunca foi apresentada em palco, a não ser aquando das Comemorações do Ano Inesiano. “Nessa altura os actores interpretaram cerca de dez minutos desta peça, tanto na escadaria do Mosteiro de Alcobaça, na noite da Vigília, como em Montemor-O-Velho e na Quinta da Lágrimas em Coimbra”, explicou Paula Mateus. “No âmbito das Comemorações dos 650 Anos da Morte de Inês de Castro foram lançadas edições como é o caso do “Mito de D. Inês de Castro” e catálogos das várias exposições. Além das edições publicadas por nós foram publicadas outras como é o caso deste livro”, explicou Jorge Pereira de Sampaio. O programador-geral das Comemorações do Ano Inesiano refere ainda que “esta é uma das peças mais bonitas sobre a história de Inês”.
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