Um parte do projecto do traçado da variante à Nazaré poderá ser reequacionandoCâmara da Nazaré propõe alteração ao traçado Variante à vila Procurando um traçado mais consensual a autarquia ai propor um desvio mais para nascente de um troço do traçadoAntónio Paulo A Câmara Municipal da Nazaré aprovou na reunião da passada segunda-feira uma proposta de alteração ao traçado da variante à vila, a qual será agora enviada ao Instituto de Estradas (IE) para apreciação, e eventual aprovação. Esta decisão da autarquia nazarena segue-se a um conjunto de protestos de alguns proprietários que foram confrontados com um projecto de traçado que prevê o atravessamento das suas propriedades pela nova via, aos quais se juntou a posição da Associação da Defesa da Nazaré que preconiza uma alternativa de traçado que tenha em conta “a defesa do perímetro urbano da Nazaré, independentemente de saber quem são os donos dos terrenos”. A proposta, aprovada por unanimidade, vai de encontro, aparentemente, às pretensões dos reclamantes, apresentando uma alteração ao traçado projectado, que se traduz no seu desvio mais para nascente e tornando-o mais rectilíneo, no troço compreendido entre a futura rotunda da EN 8/5, a criar nas imediações do Parque de Campismo da Orbitur, e a rotunda a construir nas imediações do Camarção, que permitirá a ligação IC9.

O estudo do impacte ambiental do projecto, com duas opções e algumas alternativas, foi iniciado em Maio de 2002 e foi alvo de discussão pública de Outubro desse ano até Março de 2003. A EP resumiu a discussão a duas opções: uma no limite da zona urbana, a agora escolhida, e outra mais afastada da vila da Nazaré. Numa fase inicial, Jorge Barroso, ainda propôs a alternativa de fazer passar a variante pelo pinhal, aproveitando a estrada já existente. A opção não foi aceite pela Direcção-Geral das Florestas e depois de aprovado o traçado, a EP lançou em Junho do ano passado o concurso público para a elaboração do projecto, o qual só agora foi conhecido. A futura variante, com uma extensão de cerca de 5,5 quilómetros, será implantada a sul da actual Ponte das Barcas (no sentido sul/norte) e retomará a estrada nacional 242 na zona do Calhau, permitindo, desta forma, retirar o trânsito de passagem do centro da vila da Nazaré e melhorar as condições de fluidez do tráfego. A nova rodovia deverá ainda ligar-se à rede viária local, bem como ao futuro IC 9, implicando, a construção de uma nova ponte sobre o rio Alcoa, com uma localização paralela à actual Ponte das Barcas. Forte São Miguel consolidadoNesta reunião, o executivo aprovou ainda por votação secreta e uninominal, a composição do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados da Nazaré, mantendo, a exemplo dos últimos anos, no cargo de presidente daqueles serviços, o líder da autarquia, Jorge Barroso. Se Jorge Barroso obteve quatro votos favoráveis à sua nomeação, já o vogal Afonso Ova foi eleito por quatro votos a favor e duas abstenções, enquanto que o outro vogal, Luís Benavente, recolheu dois votos a favor e quatro abstenções. A reunião foi ainda aproveitada pelo presidente da autarquia para anunciar o arranque das obras de consolidação do Forte de São Miguel Arcanjo, e da zona envolvente, numa obra a decorrer sob coordenação do Instituto da Água, ainda que o projecto de beneficiação da drenagem pluvial daquele monumento tenha sido elaborado pela Marinha, estimando-se o custo de trabalhos em cerca de 93 mil euros. O Forte S. Miguel Arcanjo, onde funciona o farol de sinalização marítima do promontório da Nazaré, é um exemplar monumento de arquitectura militar maneirista. O seu traçado actual data de 1644, no reinado de D. João IV, embora a fortaleza original tenha sido mandada erigir por D. Sebastião, em 1577.