Cavaco venceu na Nazaré e em Alcobaça

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Cavaco venceu na Nazaré e em Alcobaça, fez o pleno nos 16 concelhos do distrito de Leiria e em termos nacionais conseguiu a maioria absoluta Cavaco Silva acabou eleito Presidente da República à primeira volta António PauloCavaco Silva, apoiado pelo PSD e pelo CDS/PP, foi o candidato presidencial mais votado no concelho da Nazaré – […]

Cavaco venceu na Nazaré e em Alcobaça, fez o pleno nos 16 concelhos do distrito de Leiria e em termos nacionais conseguiu a maioria absoluta Cavaco Silva acabou eleito Presidente da República à primeira volta António PauloCavaco Silva, apoiado pelo PSD e pelo CDS/PP, foi o candidato presidencial mais votado no concelho da Nazaré – considerado em todas as eleições, excepto as últimas três, como um bastião socialista – com um total de 3037 votos (42,4 por cento), seguido por Manuel Alegre com 1800 votos (25,1 por cento), Mário Soares com 1308 votos (18,3 por cento), Francisco Louçã com 513 votos (7,2 por cento), Jerónimo de Sousa com 466 votos (6,5 por cento), e de Garcia Pereira com 41 votos (0,6 por cento). No concelho da Nazaré, dos 13220 inscritos votaram, apenas, 7302 eleitores, o que se traduziu numa abstenção próxima dos 44,03 por cento, tendo 5821 recenseados, optado por não se deslocarem às urnas. No total entre votos brancos e nulos foram contabilizados 137 votos.

Para a vitória de Cavaco no concelho nazareno contribuiu o pleno vitorioso nas três freguesias, tendo o candidato vencedor obtido a maior votação em Famalicão, seguindo-se a Nazaré e Valado dos Frades. Na freguesia de Famalicão atingiu os 477 votos (49,79 por cento), na Nazaré o professor obteve 1936 votos (41,85 por cento), e em Valado dos Frades conseguiu 624 votos (39,47 por cento).Da disputa entre Mário Soares, e Manuel Alegre sem apoios partidários, foi o deputado poeta que no concelho nazareno levou a melhor sobre o histórico candidato apoiado pelo PS. Manuel Alegre com as segundas melhores votações nas três freguesias obteve um total de 1800 votos (25,12 por cento) contra os 1308 votos (18,26 por cento) conseguidos por Mário Soares, que conquistou na freguesia da Nazaré a sua melhor votação. Francisco Louçã apoiado pelo Bloco de Esquerda foi o quarto candidato mais votado no concelho, tendo obtido no total 513 votos. Louçã conseguiu em Famalicão 64 votos (6.68 por cento), na Nazaré obteve 332 votos (7.18 por cento) e em Valado dos Frades conseguiu 117 votos (7,4 por cento), tendo nesta última, sido batido por Jerónimo de Sousa, candidato apoiado pelo PCP, que conquistou nesta freguesia 181 votos (11,45 por cento). O secretário-geral do PCP, obteve na freguesia de Famalicão 27 votos (2,82 por cento) e na da Nazaré 258 votos (5,58por cento), votações que no total das três freguesias totalizaram 466 votos (6,5 por cento).Finalmente, o candidato Garcia Pereira, líder do PCTP/MRPP, no total do concelho não foi além dos 41 votos (0,57 por cento), tendo obtido 4 votos em Famalicão (0,42 por cento), 23 na Nazaré (0,50 por cento) e 14 em Valado dos Frades (0,89 por cento).Cavaco, Alegre e Soares em Alcobaça Cavaco Silva, Manuel Alegre e Mário Soares, foram, por esta ordem, os três candidatos mais votados em cada uma das 18 freguesias do concelho de Alcobaça, tendo o professor obtido, no total da votação concelhia 18636 votos (61,42 por cento), deixando os seus mais directos adversários a longa distância. Alegre conseguiu no total 5563 votos (18,28 por cento) enquanto que Soares alcançou 3299 votos (10.84 por cento). Por freguesias, as vitórias de Cavaco Silva oscilaram percentualmente entre os 85 por cento (1089 votos) conseguidos no Vimeiro e os 35,59 por cento (437 votos) obtidos na tradicionalmente socialista Maiorga. O candidato Manuel Alegre, em termos de freguesias obteve o seu melhor resultado na Vestiaria onde obteve 29,98 por cento da votação (217 votos), tendo averbada a percentagem mais baixa na freguesia de São Vicente de Aljubarrota com 7,98 por cento (103 votos). Por seu lado, Mário Soares conseguiu na Maiorga o seu melhor resultado com uma percentagem de 21,01 por cento (258 votos), enquanto que a sua pior votação ocorreu na freguesia de São Vicente de Aljubarrota, com 3,72 por cento (48 votos). A nível concelhio, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa disputaram voto a voto a quarta posição na votação concelhia, com o candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda a levar a melhor, tendo obtido 4,76 por cento da votação (1449 votos) contra os 4,42 por cento (1345 votos) do candidato apoiado pelo PCP. Nas freguesias, Louçã obteve o seu melhor resultado em Alpedriz com 10 por cento da votação (42 votos), enquanto que a sua pior votação foi registada no Vimeiro onde não foi além dos 1,17 por cento (15 votos). Jerónimo de Sousa conseguiu a sua melhor votação na freguesia de Pataias com 8,3 por cento (232 votos), enquanto que em Turquel obteve o seu pior resultado com 1,15 por cento (28 votos).Por último, Garcia Pereira não foi além dos 0,46 por cento na sua votação (140 votos), tendo obtido a nível das freguesias o seu melhor resultado na Maiorga com 0,9 por cento da votação (11 votos) e o pior em São Martinho do Porto com 0,15 por cento dos votos expressos (2 votos).Em termos concelhios de um total de 47258 cidadãos recenseados, votaram 31220 eleitores (66,06 por cento), tendo-se registado uma taxa de abstenção de 34 por cento, ou seja, 16038 potenciais eleitores optaram por não se deslocarem às assembleias de voto. Registaram-se ainda um total de 788 votos brancos e nulos. Cavaco fez o pleno no “Leiricavaquistão” Os 16 concelhos do distrito de Leiria, proporcionaram vitórias a Cavaco Silva, que obteve em Alvaiázere o seu melhor resultado distrital enquanto que a Marinha Grande lhe deu a pior votação, que, ainda assim, foi suficiente para alcançar a vitória. Foi por muito pouco que Alvaiázere não se tornou no concelho mais “cavaquista” do País, ao atribuir a Cavaco a segunda maior votação percentual nacional. Dos 4891 votantes daquele concelho do Norte do distrito, 4072 votaram no candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP, numa percentagem que atingiu os 84,17 por cento. Só o concelho de Vagos, no distrito de Aveiro, ultrapassou por nove décimas os votos obtidos pelo professor em Alvaiázere.Por seu lado, a Marinha Grande foi o concelho do distrito onde Cavaco Silva conseguiu a menor percentagem (31,09 por cento), contudo os votos de 5838 eleitores proporcionaram-lhe a vitória na capital do vidro, sendo esta a primeira vez que um candidato do centro-direita, e os partidos que o apoiaram (PSD e CDS-PP), conseguem uma vitória naquele concelho, que habitualmente vota à esquerda. Foi ainda na Marinha Grande que Manuel Alegre alcançou a maior percentagem dos votos com 27,83 por cento, mas, contrariamente a Cavaco Silva, o candidato independente obteve o pior resultado em Alvaiázere com 8,23 por cento. Quanto a Mário Soares, foi igualmente em Alvaiázere que o candidato apoiado pelo PS teve a menor votação no distrito com 4,75 por cento, tendo obtido no vizinho concelho de Castanheira de Pêra a sua melhor votação com 21,14 por cento dos votos.O candidato Jerónimo de Sousa, apoiado pelo PCP ficou em quarto no ranking distrital, reunindo a sua maior percentagem de votos na Marinha Grande com 18,45 por cento, e a mais baixa também em Alvaiázere com 1,05 por cento, o mesmo sucedendo a Francisco Louçã, que ali apenas alcançou 1,55 por cento da votação, tendo obtido na Marinha Grande o seu melhor resultado distrital com 8,85 por cento. Em último, e seguindo os resultados nacionais, ficou Garcia Pereira que conseguiu em Leiria a sua melhor votação com 0,4 por cento da votação.Os GanhadoresCavaco Silva e a Direita

Cavaco Silva bateu claramente a concorrência na Nazaré e em AlcobaçaO professor é um dos vencedores das presidenciais, apesar de ter chegado à vitória por uma maioria absoluta de escassa margem, mas ainda assim suficiente para lhe evitar ter de disputar uma segunda volta, que lhe poderia trazer maiores preocupações do que aquelas que teve na primeira volta. Cavaco Silva preparou muito bem a sua candidatura ao longo de vários anos, desenvolveu uma pré-campanha e campanha – apoiado pelo PSD e pelo CDS/P -, sem excessos verbais, sem ataques aos seus adversários e sem enunciar claramente as suas posições sobre questões fracturantes na sociedade portuguesa e no mundo. Com esta estratégia de contenção o economista conseguiu levar a maioria dos eleitores a verem nele uma “saída” para a crise que o país atravessa. vsdManuel Alegre e algum PS

O histórico militante socialista que entrou na corrida a Belém depois de ter sido preterido pelo seu partido, conseguiu um excelente resultado eleitoral ao conseguir cerca de 1,1 milhões de votos, batendo o “animal político” que é Mário Soares, que foi o candidato oficial do PS. Alegre apelou a um novo conceito de “Pátria” e atacou sem dó nem piedade o “aparelhismo partidário” e com uma campanha desenvolvida com base em muito movimento voluntário foi arrastando para a sua causa, apoiantes de esquerda – entre os quais militantes do PS – e de algum eleitorado do centro e de direita, que não se revia no candidato Cavaco Silva. O excelente resultado de Manuel Alegre só não o fez “sorrir de orelha a orelha” porque a esquerda – da qual ele faz parte – foi derrotada pela direita.vsdJerónimo de Sousa e o PCP

O candidato apoiado pelo PCP, foi outro dos vencedores das presidenciais conseguindo segurar o seu eleitorado tradicional e amealhando votos de outros quadrantes. O secretário geral do PCP, desenvolveu uma campanha de afectividade e de simpatia – sem nunca descurar nas críticas aos seus adversários e sem renegar a sua ideologia -, que lhe permitiu na contagem dos votos obter um excelente resultado. Um resultado que consolida Jerónimo de Sousa como líder do PCP e que deixa antever um futuro com potencialidades para uma maior implantação dos comunistas no espectro político-partidário nacional, isto quando muitos apostavam na sua extinção. Do bom resultado de Jerónimo de Sousa não se pode dissociar a sempre muito bem organizada máquina partidária do PCP.vsd Os Perdedoresvsd Mário Soares e algum PSvsdvsd

O candidato oficial do PS foi estrondosamente derrotado. Uma derrota que um homem como seu percurso político muitos estariam de imaginar na dimensão real pura e dura ditada pelas urnas. De mais este desafio que Mário Soares se propôs abraçar ou para o qual foi empurrado – só o tempo o poderá esclarecer -, ressaltam as ideias que lançou para o debate eleitoral e a notável energia física que patenteou nas voltas da pré-campanha e campanha. Mas a derrota de Soares foi igualmente a derrota do PS e do seu secretário geral José Sócrates, que “meteram os pés pelas mãos” no processo de escolha do candidato a apoiar, e porque nunca a máquina partidária rosa esteve de corpo e alma ao lado do candidato, salvo numa ou noutra honrosa excepção.vsdFrancisco Louçã e o BE

À partida muitos apostariam num bom resultado de Francisco Louçã líder do Bloco de Esquerda, tendo em conta os resultados eleitorais anteriores dos bloquistas. Feita a contagem dos votos, Louçã saiu triplamente derrotado destas eleições: não conseguiu segurar o tradicional eleitorado do BE, não conseguiu ficar à frente do seu adversário “directo” Jerónimo de Sousa e viu a esquerda ser derrotada pelo candidato da direita, um objectivo para o qual se propunha contribuir. Derrotas cujas consequências no seio do BE ainda não são ainda possíveis de prever.vsdGarcia Pereira e o PCTP/MRPPO candidato apoiado pelo PCTP/MRPP foi outro derrotado das presidenciais, não pelo último lugar que ocupou no final da contagem dos votos, porque em condições normais ele não poderia ser outro. Garcia Pereira saiu derrotado porque não conseguiu segurar o seu “fiel” eleitorado e repetir o resultado que conseguiu nas presidenciais de 2001, o qual a ter-se verificado teria sido suficiente para obrigar Cavaco Silva a disputar uma segunda volta. Reconheça-se que sem meios e ao arrancar para a campanha de forma tardia, Garcia Pereira e o PCPTP/MRPP não poderiam fazer muito melhor.

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