José Bento Jordão foi alvo de uma moção de censura apresentada pela CDUCDU pediu a demissão do presidente da Assembleia Municipal da NazaréA reunião mostrou a CDU e o BE acutilantes, o PSD líder da agenda, os Independentes a marcarem posição e um PS com estilo “bloco central”António PauloA sessão da Assembleia Municipal da Nazaré, realizada passado dia 27 de Dezembro, ficou marcada pela rejeição, por maioria, de uma moção de censura apresentada pelo deputado comunista João Paulo Delgado, dirigida ao presidente daquele órgão, José Bento Jordão (PSD). Na origem da censura esteve o fecho em Novembro passado da cerâmica “Pereiras, Lda”, em Valado dos Frades, empresa da qual José Bento Jordão é administrador. Numa intervenção duríssima, João Paulo Delgado acusou o autarca e empresário de ter “tentado promover o despedimento de dezenas de trabalhadores, ao que se sabe, por processos fraudulentos, usando de chantagem emocional e patrimonial, com prejuízo para os direitos sociais dos trabalhadores na sua relação pós contratual com a empresa, designadamente, colocando em causa o direito a prestações por desemprego”.
Às acusações respondeu com o silêncio o presidente da Assembleia Municipal, quel contou com a “total solidariedade” da bancada do PSD, que através de Miguel Sousinha, rejeitou aquilo que apelidou de “tentativa de assassinato político”. Para os sociais-democratas, o empresário José Bento Jordão, possui “méritos profissionais” reconhecidos, por exemplo, enquanto administrador da Sociedade de Porcelanas de Alcobaça (SPAL), unidade fabril instalada na freguesia de Valado dos Frades. Em resposta a Sousinha, Delgado retorquiu que “não se pode ser o diabo na profissão e santo na política”, aconselhando José Bento Jordão “de uma vez por todas, a demonstrar elevação e carácter”, demitindo-se do cargo. Sujeita a votação secreta, a moção recolheu 2 votos a favor, 5 brancos e 16 contra, num resultado que apesar de lhe ser claramente favorável, não mereceu de José Bento Jordão qualquer reacção. Não ao SAP no Centro de SaúdeA Assembleia manifestou-se por unanimidade contra a anunciada “intenção de deslocalizar o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) das actuais instalações para o Centro de Saúde que se encontra em instalações provisórias há mais de 20 anos, e cujas condições nada dignificam os serviços de saúde nem do pessoal que os presta”. Na moção, redigida pelo PSD, é recordado que o Hospital de Nossa Senhora da Nazaré, onde funciona o SAP, “foi recentemente alvo de um avultado investimento” e é contestada a intenção de “transportar um serviço de saúde de umas instalações relativamente recentes e remodeladas, para um pré-fabricado que há muito viu esgotado o seu tempo de vida útil”.Na moção os deputados municipais nazarenos insurgem-se igualmente contra a “ventilada hipótese de redução de horário de funcionamento do SAP”, frisando que o concelho da Nazaré “recebe milhares de turistas, não só na época balnear, mas também durante os fins-de-semana ao longo do ano, e em épocas festivas como o Carnaval, Páscoa e Passagem de Ano”. “O factor segurança – entenda-se, condições de acesso à saúde – pesa cada vez mais na escolha do destino turístico e no bem-estar da população local”, sustentam os autarcas, que terminam, reforçando o desejo da “concretização de um novo Centro de Saúde que melhore as condições de prestação do serviço de saúde, bem como o aumento dos efectivos, para que o concelho tenha um atendimento de saúde adequado ao século XXI”.Sim à manutenção da PSP Os deputados municipais aprovaram igualmente, por unanimidade, uma moção apresentada pelos sociais-democratas, defendendo “a manutenção” da Polícia de Segurança Pública na Nazaré e o “reforço dos seus efectivos”, numa reacção a notícias vindas a público sobre a intenção do Ministério da Administração Interna de retirar esquadras da PSP dos concelhos com menos de 15.000 habitantes. Os autarcas lembram que não só estão em curso as obras de construção de uma nova esquadra na Nazaré, como sublinham que o “concelho recebe, ao longo de todo o ano, largos milhares de visitantes, e é importante manter a segurança de quem nos visita e de quem cá vive”.A Assembleia Municipal da Nazaré manifestou, ainda, o seu “regozijo” pelo lançamento do concurso para a construção do troço do IC9 que ligará a Nazaré ao IC2. Num documento, apresentado pelo PSD, e aprovado por unanimidade, o IC9 é considerado “uma via estruturante, há muito reivindicada pelo município”. Mas os autarcas nazarenos querem mais. “Parece-nos importante alertar o Instituto de Estradas de Portugal no sentido de implementar a variante à Nazaré, projecto que já viu estabelecido o corredor e ultrapassada a fase de estudo de impacte ambiental, cuja realização urge”, afirma-se no documento.A criação da empresa municipal “Nazaré Qualifica” mereceu os votos favoráveis de todas as bancadas com a excepção do deputado João Paulo Delgado, da CDU, que manifestou as “maiores reservas” sobre a constituição e objectivos da empresa. A constituição do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados da Nazaré e a fixação do modelo de honorários, recolheu os votos favoráveis do PS, PSD e Independentes e os votos contra da CDU e do BE, com o bloquista Manuel Sequeira a manifestar o receio de que o modelo proposto sirva para “pagamento de promessas eleitorais”.
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