Mário Soares foi acolhido com entusiasmo na NazaréMário Soares passeou-se pela marginal da Nazaré no dia de Ano NovoEm clima de euforia Soares beijou, abraçou e cumprimentou, foi ao “café do Aníbal” e dançou com as “peixeiras” António Paulo“E agora venha lá a charanga que é para dançar com as peixeiras!”. Ao pedido do candidato, a “Bandinha da Alegria” de imediato começou a tocar a tradicional canção da Nazaré “Ciúmes do mar”, ao som da qual sucessivamente e por alguns minutos Soares rodopiou nos braços de “peixeiras” e “não peixeiras”. Segundos antes do incontornável e ansiado pé-de-dança e após uma escala num simbólico “café do Aníbal”, Soares subiu a uma cadeira para “umas palavras ao povo”. “Quero saudar o povo da Nazaré que trago no coração, em especial os pescadores e as peixeiras, e quero também desejar um Ano Novo feliz para Portugal, em paz, em liberdade e em prosperidade”, disse o candidato.
Estes momentos foram vividos na praça Sousa Oliveira, a meio da tarde de domingo passado, no final de uma caminhada pela marginal onde a caravana de apoiantes de Soares se misturou com uma multidão de simples passantes, a gozarem as tréguas dadas pelo tempo chuvoso que marcou a passagem de ano e parte do dia de Ano Novo na vila. Pelo trajecto, acompanhado pelo mandatário distrital Tomás Oliveira Dias, por Alberto Costa, ministro da Justiça e eleito deputado nas últimas legislativas por Leiria, e por Isabel Vigia, líder da concelhia rosa, Mário Soares beijou, abraçou, saudou, cumprimentou, escutou pedidos e ouviu segredos, num clima de grande entusiasmo das gentes locais, a qual se juntaram por várias vezes “forasteiros”, apanhados de surpresa com a presença do candidato. “Mas que confusão… Olha filha é o Soares! Vai lá dar-lhe um beijinho”, dizia a mãe com pronúncia nortenha, enquanto o pai preferia sugerir: “deixa-te ficar aqui que ele vem cá ter contigo”. E foi.“Vai-te embora!”Mas nem todas as palavras foram afáveis para com o candidato e na marginal também ecoaram alguns ataques, mais ou menos assumidos: “Olha o mafioso! O outro é que disse bem, ele é um vigarista”, gritou um homem. Ou como aquela “ordem” de “vai-te embora!”, gritada de uma varanda por um jovem semi-escondido. “Coisas normais”, comentava o candidato, desvalorizando os ataques. “Que vendi Angola … O que se há-de fazer” desabafou o candidato, perante mais um comentário desfavorável. Às palavras mais agressivas, respondiam prontamente os apoiantes soaristas, gritando “Soares é fixe”, ou numa versão modernizada “Soares é bacano”. Para Soares o passeio era vivido passo a passo, sublinhando que “tenho a Nazaré no meu coração, sobretudo os pescadores e as peixeiras”.E atestar a sua excelente forma física, Soares repetiu a passagem pela marginal – agora no sentido inverso – para mais um “banho de multidão”, e mostrando-se satisfeito com o entusiasmo que o rodeava, disparou: “A vitória está determinada desde o início no meu espírito. Vocês (jornalistas) é que não acreditavam, mas agora já começam a ficar na dúvida”. O “banho de multidão” era também acolhido com incontida satisfação pelos apoiantes da candidatura, que assinalavam a passagem pela Nazaré como “o arranque para a vitória” nas eleições do próximo dia 22. “Ele vai ganhar, não só com os votos do PS, mas também com os de muitos independentes”, vaticinava o mandatário distrital Tomás Oliveira Dias, fundador do PSD, partido que abandonou há cerca de duas décadas.
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