Comerciantes alcobacenses protestaram contra o “Natalalcobaça”Em tempos de crise “Natalcobaça” provoca divisões entre comerciantes Industriais e Câmara idealizaram a feira e a Associação Comercial e Industrial apadrinhou a ideia. Mas há comerciantes que se dizem prejudicados com o certame António Paulo Cerca de duas dezenas de comerciantes do centro histórico de Alcobaça protestaram no passado dia 8 de Dezembro e no acto inaugural da mostra contra a realização da exposição “Natalcobaça – Artes da Mesa”, a decorrer até ao próximo sábado no Rossio, numa tenda instalada em frente ao Mosteiro. Este evento, pretende, de acordo com a organização, promover e divulgar “um conjunto de ramos de actividade complementares que constituem uma mais-valia no concelho de Alcobaça”, funcionando como uma mostra de vários produtos, que vão desde o fabrico de mesas à louça utilitária e decorativa, passando pela cutelaria, cristalaria e chitas de Alcobaça. Mas a decisão de avançar com o “apadrinhamento” do certame não foi pacífica e para além do protesto público, provocou, pelo menos, uma baixa na direcção da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Alcobaça (ACSIA), quando um dos seus elementos a apresentar a demissão a Jorge Vasco, presidente da ACSIA.
O protesto que se traduziu numa acesa troca de argumentos os comerciantes descontentes e o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Gonçalves Sapinho, assentou sobretudo, na queixa da “concorrência desleal” da feira, com o acentuar de uma alegada quebra de vendas dos últimos dois anos estimada em cerca de 50 por cento, em parte devido à crise económica mas também devido às obras de requalificação da zona envolvente ao Mosteiro de Alcobaça Envolvimento tardio Gonçalves Sapinho não fechou as portas ao diálogo, prometendo receber os comerciantes para abordar as questões dos acessos e estacionamento, mas defendeu a necessidade da ACSIA se fortalecer para que no futuro assuma integralmente a realização do evento, com a Câmara apenas a apoiar. Gonçalves Sapinho considerou a mostra comercial como “vantajosa para todos, mesmo para os que não estão representados dado que vai haver publicidade na rádio e na televisão”. Rejeitando a acusação de que iniciou as obras de requalificação urbana à revelia dos comerciantes, sublinhando que organizou quatro reuniões antes de iniciar as obras, Gonçalves Sapinho sublinhou que ao contrário do que sucedia antes das intervenções, os turistas agora passeiam-se por Alcobaça, remetendo para os próprios comerciantes, a responsabilidade de adoptarem uma postura comercial mais agressiva que leve os visitantes a comprar.João Campos, dirigente da ACSIA não quer alimentar polémicas salientando que “participámos a convite da Câmara Municipal, mas o evento foi originalmente promovido pelos industriais e nós agarrámos nesta iniciativa no sentido de a alargar também os comerciantes, que acabaram por aderir, depois de três ou quatro recusas”. João Campos reconhece que nem todos os comerciantes foram avisados da realização da feira, atribuindo essa situação ao envolvimento tardio da própria ACSIA, não tendo, por isso, havido a oportunidade, de informar todos os potenciais interessados em participar na “Natalacobaça”. Certame que para contentamento de uns e desagrado de outros, estará de portas abertas até ao próximo sábado.
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