Balneários das Termas da Piedade têm reabertura prevista para o ano com um SPA com recurso a água da rede públicaEnquanto se aguarda por resultados de análises às águas minero-medicinaisComo o processo de certificação das águas minero-medicinais a decorrer as Termas da Piedade abrem-se para outros segmentos de mercadoAntónio Paulo As Termas da Piedade, em Alcobaça, deverão reabrir no próximo ano com uma unidade de lazer e bem estar, após uma intervenção que reformulará por completo os balneários no quais será instalado um SPA (sigla para saúde pela água), com recurso à água da rede de abastecimento público. Uma aposta empresarial, que através da instalação de equipamentos e prestação de serviços permitirá tratar aqueles que sofrem dos malefícios de uma vida demasiada agitada e que não abdicam de relaxar e mimar o corpo num ambiente tranquilo.
A empresária Conceição Francisco, do Hotel das Termas da Piedade, disse ao REGIÃO que “esta será a forma de aproveitarmos uma alteração à legislação sobre a actividade termal, através da qual o Ministério da Saúde passou a permitir o uso da água da rede pública para determinados tratamentos em estâncias termais”. Uma decisão empresarial tomada em paralelo com o processo que as Termas da Piedade têm a decorrer junto dos serviços do Instituto Geológico e Mineiro, Direcção Geral de Geologia e Minas e da Direcção Geral de Saúde, com o objectivo de analisar as águas minero-medicinais provenientes de uma nova captação, que a revelarem-se com qualidade bacteriológica, possibilitarão a futura utilização em tratamentos nos quais apenas é permitido o uso deste tipo de águas. As Termas da Piedade encerraram há alguns anos devido a uma contaminação das águas por elementos exteriores ao complexo, mas Conceição Francisco, sublinha que “a bactéria foi eliminada com muito sacrifício e persistência, recorrendo a vários tipos de tentativas de soluções, entre as quais a realização de novos furos de captações, que só à quinta vez e a uma profundidade de cerca de 250 metros proporcionaram indicadores positivos, os quais terão de ser confirmados oficialmente, no decurso de um processo que está a revelar-se complexo e moroso”. “Perante este cenário, tivemos que procurar outra alternativa, com a criação de um SPA com recurso à água normal que todos nós temos em nossa casa, aproveitando a nova legislação sobre balneários termais, uma vez que a anterior era muito rígida não permitia a utilização de outro tipo de águas”, salientou a empresária. Balneários renovadosConceição Francisco lamenta “não poder reabrir no início da próxima temporada termal” e sem querer avançar com datas precisas adianta que “tal deverá ocorrer no decurso do último semestre do próximo ano, uma vez que vai ser necessário promover obras de remodelação total dos balneários e proceder ao seu reequipamento”. Afirmando estar em diálogo com a Câmara Municipal de Alcobaça e Junta de Freguesia da Vestiaria, a empresária espera que “no curto prazo toda a zona envolvente do complexo termal possa ser intervencionada, com particular incidência na melhoria dos acessos e ao nível da colocação da sinalética adequada e indicadora da existência das termas”.As Termas da Piedade que são exploradas desde a ocupação romana, foram muito visitadas durante o século XVI, na época do Cardeal D. Henrique e nessa altura os banhos nas suas águas medicinais serviram para a cura de algumas doenças. As águas das Termas da Piedade apresentam-se clorotadas, sódicas, bicabornatadas, hipotermais e sulfactadas cálcicas, tendo sido estudadas por diversos especialistas, entre os quais se inclui o professor Charles Lepierre.
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