Jorge Barroso (à esquerda) quer o dossier “Marina Atlântica” decidido até 2007Câmara da Nazaré avança para estudo de impacte ambiental da Marina AtlânticaOs resultados de um estudo de impacte ambiental serão decisivos para definir a localização do projecto da marina atlântica António Paulo A Câmara Municipal da Nazaré está a preparar o caderno de encargos e o lançamento do concurso público para o estudo de impacte ambiental da “Marina Atlântica”, um projecto lançado em 1997 por Jorge Barroso, presidente da autarquia. Das conclusões deste estudo dependerá o futuro do projecto da “Marina Atlântica”, apesar de um outro estudo de “incidências ambientais”, apresentado em Setembro do ano passado, preconizar a localização da marina a norte do Porto de Abrigo, considerando que aquela opção “poderá beneficiar e potenciar as mais-valias associadas ao projecto”.
Envolvendo verbas da ordem dos 50 milhões de euros – a números actuais -, o projecto aponta para uma implantação a sul da vila da Nazaré, ocupando terrenos agrícolas e, além da marina, inclui todo um complexo turístico, a ser composto, entre outros equipamentos, por um pavilhão multiusos, hotéis e uma zona residencial.O estudo de impacte ambiental resulta de uma imposição do Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Alcobaça/Mafra (POOCAM), que apesar de já contemplar a implantação da marina a norte do Porto de Abrigo, obriga, ainda assim, à realização de um estudo de impacte ambiental sobre as duas localizações possíveis: a norte ou a sul do Porto de Abrigo.O presidente da Câmara, Jorge Barroso quer que seja tomada uma decisão definitiva sobre a localização no prazo máximo de dois anos, portanto até 2007, ano em que se cumprem “os dez anos de maturação necessários” à tomada de uma decisão que ao autarca pretende que continue a ser discutida pela sociedade civil.Vantagens e desvantagensDe acordo com o estudo de incidências ambientais já realizado, existem várias “características naturais e culturais que potenciam a implementação de uma marina”, mas esta infra-estrutura terá de obrigar à correcção de alguns problemas locais, como é a falta de planeamento das actividades turísticas ou a “existência de uma zona urbana muito densa e pouco qualificada”. Sobre as consequências para o desenvolvimento da vila, o estudo aponta para que a localização a norte potencie a “dinamização das actividades económicas já existentes”, garantindo uma efectiva ligação do empreendimento à malha urbana da vila.Em detrimento de uma opção de localização a sul do porto de abrigo, o estudo refere que a zona possui uma área de dunas pelo que uma eventual marina poderá causar incidências ambientais “graves e permanentes”. Reforçando a opção norte, o estudo refere que a instalação do equipamento perto da área portuária poderá trazer “conflitos e incompatibilidades de difícil solução” e a relação do empreendimento com o tecido comercial da vila seria mais difícil.No que diz respeito ao processo de construção, o estudo recomenda um planeamento atempado do projecto, que previna consequências para o equilíbrio hidrológico da zona a construir, bem como para o turismo local, pelo que as maiores intervenções deverão ocorrer durante a época baixa.No anterior mandato autárquico a defesa da localização da marina a norte do Porto de Abrigo, sustentada pelo presidente Jorge Barroso e pela maioria PSD no executivo foi sempre contrariada pela bancada da oposição, composta pelos três vereadores do PS, liderada por Isabel Vigia. No mandato actual em que Jorge Barroso e o PSD estão me minoria relativa em termos de mandatos, não estão ainda muito clarificadas as posições dos vereadores do PS e independentes, embora os primeiros tenham votado favoravelmente os preparativos para o concurso público enquanto os segundos optaram pela abstenção.
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