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“No distrito de Leiria vive-se uma situação preocupante”

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José Fernandes coordenador da União de Sindicatos de LeiriaJosé Fernandes coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Leiria“No distrito de Leiria vive-se uma situação preocupante”Numa altura em que a taxa de desemprego no país atingiu os 7,7 % , o distrito de Leiria está em quarto lugar no ranking dos sem emprego e muitos […]

José Fernandes coordenador da União de Sindicatos de LeiriaJosé Fernandes coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Leiria“No distrito de Leiria vive-se uma situação preocupante”Numa altura em que a taxa de desemprego no país atingiu os 7,7 % , o distrito de Leiria está em quarto lugar no ranking dos sem emprego e muitos daqueles que engrossam a lista foram trabalhadores que da noite para o dia acabaram despedidos ou depararam-se com as portas das empresas fechadas, e que vêem nos sindicalistas como José Fernandes uma “tábua de salvação” na salvaguarda dos seus direitos. Uma entrevista de António Paulo

Qual a situação que se vive em termos de desemprego no distrito de Leiria?No distrito de Leiria, vive-se uma situação preocupante, pelo elevado número de desempregados, que nestes últimos anos tem vindo a aumentar de forma significativa e que o coloca em quarto lugar, em nível de desemprego no país. As falências fraudulentas, os despedimentos ilegais e as rescisões com centenas de trabalhadores, têm sido as principais razões que tem contribuído para o elevado número de desempregados que se regista actualmente no distrito.Por quem se devem distribuir as culpas dessa situação?As culpas devem ser atribuídas aos vários governos do PS e do PSD-PP, que têm governado este país e que nunca tiveram capacidade para delinear e colocar em prática uma estratégia de defender e proteger os vários sectores da nossa indústria, com a entrada na União Europeia. Os sucessivos governos PS e PSD optaram antes por apostarem em políticas que só levam ao desemprego e à precariedade no trabalho, como exemplo, a elaboração e aprovação de todo o Código de Trabalho, que tanto tem penalizado os trabalhadores portugueses e favorecido o patronato. Patrões que têm tido como grande objectivo conseguir um retrocesso das leis laborais, lutando para que cada vez mais se paguem salários mais baixos com a redução de direitos, e com uma visão empresarial enviesada que só tem contribuído para o encerramento das empresas. Por outro lado é preciso não esquecer que muitos milhões dos fundos destinados para a formação e para a modernização das empresas acabou por ser desviado para outros fins que não aqueles a que estavam destinados, sendo que estas situações também não mereceram, em muitos casos, condenação por quem de direito.Quais são os sectores de actividade que no distrito de Leiria vivem maiores dificuldades? Neste momento nenhum sector da nossa indústria se encontra a passar um bom momento, mas os sectores da cerâmica, têxteis e vidreiros sãos os que mais nos preocupam. Mas de facto, de todos eles, o sector cerâmico tem sido o mais atingido nestes últimos dois anos.E o fenómeno das falências frau-dulentas, tem expressão no distrito de Leiria?O distrito de Leiria tem sido amplamente fustigado com encerramentos fraudulentos de grande dimensão, cujos responsáveis têm passado ao lado das sanções previstas na lei…Quem é que tem falhado para que isso a suceda? A Justiça! No nosso país a Justiça, com a sua reconhecida burocracia e lentidão, tem favorecido os comportamentos destes empresários nada escrupulosos e que na esmagadora maioria dos casos conseguem passar impunes. Dívidas à Segurança Social por parte das empresas, retenção e não entrega das contribuições para a Segurança Social descontadas dos ordenados dos trabalhadores, são alguns entre outros comportamentos ilegais, que deveriam fazer com que os patrões que praticam esses actos, se sentassem no banco dos réus e fossem condenados, mas a maioria deles nunca chega a ir a tribunal responder esses actos. Que cenário pode traçar para o desemprego no concelho de Alcobaça?Um cenário negro, que irá agravar-se se continuarem a ser desenvolvidas pelo patronato – com apoio do governo – as actuais políticas laborais e sociais.Cerâmica e pesca no concelho da Nazaré são dois sectores em crise. Ainda se vislumbram saídas para essa crise?Esses são dois sectores que atravessam um momento muito grande de crise, perante a qual, só uma forte e decidida aposta no seu desenvolvimento, baseada na formação e na procura de novos mercados, tendo como suporte a vontade política dos nossos governantes a nível central e local, poderá alterar o actual estado de coisas.No concelho da Nazaré, em Valado dos Frades, encerrou há dias a cerâmica “Pereiras, Lda”, o que lhe tem merecido duras críticas. A comunicação do fecho da empresa dois dias antes do mesmo ter sucedido, leva a que estes 42 trabalhadores, que toda a vida ali deram o melhor do seu esforço, contribuindo para a riqueza dos patrões, estejam agora a passar por momentos angustiantes ao serem postos da rua da forma como o foram. No mínimo, é de lamentar que os trabalhadores que chegaram a abdicar durante oito anos de aumentos e até de alguns dos seus direitos, tenham sido tratados como meros objectos descartáveis e alvo de tentativas de enganos, no assegurar dos seus direitos enquanto desempregados. Nos tempos em que a cerâmica deu dinheiro os patrões nunca distribuíram pelos trabalhadores qualquer lucro, e agora à menor dificuldade e mesmo contando com o empenho e lealdade dos fucionários, fecharam fraudulentamente as portas da empresa, sem se preocuparem com o futuro deles. E no caso desta empresa, é preciso dizê-lo, um dos seus administradores, o senhor José Jordão, ainda há menos de dois meses andou a pedir votos à população do Valado – e se calhar até a alguns dos seus trabalhadores – para ser eleito presidente da Assembleia Municipal da Nazaré e que já no desempenho desse cargo, tratou alguns dos seus munícipes de forma perfeitamente vergonhosa e como objectos descartáveis.Ao cenário de crise laboral que traçou para o distrito de Leiria, tem correspondido umsindicalismo mais forte?A exemplo de todo o país, também no distrito de Leiria, os sindicalistas tudo têm feito para denunciar com a devida antecedência os problemas de regulação do trabalho e de retrocesso nos direitos dos trabalhadores, desencandeando acções de sensibilização e de protesto junto dos vários órgãos de soberania. Numa outra frente, os sindicalistas também têm vindo a alertar e a informar os trabalhadores para as medidas gravosas que os últimos governos lhes têm vindo a impor. O tempo, infelizmente, para os trabalhadores e para o nosso país, tem-nos vindo a dar razão!

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