Tânia Rocha Os pescadores da Nazaré, Câmara Municipal, representantes das associações do sector e comerciantes voltaram a reunir-se, no passado dia 1 de Maio, no Porto de Abrigo, para continuar as negociações da contratualização da primeira venda do pescado. Neste novo encontro, os intervenientes resolveram entrar em negociações com uma empresa de grande distribuição para a venda directa de sardinha, linguado e sargo. Após a análise da tabela de preços de compra de pescado proposta pela Sonae, os armadores/pescadores da Nazaré presentes concluíram que “o valor indicado para a sardinha, o linguado e o sargo é ligeiramente superior ao preço médio de venda em lota, pelo que estão disponíveis para avaliar a possibilidade de contrato para estas espécies”, segundo a informação veiculada pela autarquia.
Ainda no mesmo encontro, o empresário da Nazaré Luís Silvério, presidente da Associação de Comerciantes de Pescado (ACOPE), mostrou-se interessado em “promover contratos com os pescadores locais” e deve também apresentar, nos próximos dias, uma proposta de preços. João Delgado, representante do Sindicato Livre dos Pescadores, disse que “os pescadores são livres de efectuar contratos apenas para as espécies que lhes forem mais rentáveis, durante o tempo que definirem e na quantidade que quiserem, podendo reservar parte da produção para venda em lota”. Ainda acrescentou que a contratualização de venda directa do pescado é “uma forma do sector da produção participar na elaboração dos preços” e de “lutar contra a exploração a que os pescadores têm sido sujeitos”, segundo a mesma nota de imprensa. O presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso, referiu que “deve haver um mercado específico”, como a restauração, para as espécies como o robalo ou a dourada de mar, “que valorize este produto diferenciado”, e salientou que a autarquia está presente neste processo, enquanto for necessário apoiar a classe piscatória, em termos legais e administrativos. Este processo vai permitir que os associados de organizações de produtores possam efectuar contratos com comerciantes interessados no produto da pesca, definindo previamente o preço e as quantidades vendidas, contrariando, assim, a arbitrariedade do valor de leilão em lota. O próximo encontro, para dar continuidade às negociações da contratualização da primeira venda do pescado, ficou marcada para o dia 22 de Maio.
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