Gonçalves Sapinho e Rui Rasquilho foram os anfitreões de Jaime GamaHotel de luxo em Alcobaça “engolido” por tsunami asiático de 2004As ondas da devastação asiática atingiram o projecto de criação de um hotel de luxo no Mosteiro de Alcobaça que foi agora visitado pelo presidente da Assembleia da RepúblicaAntónio Paulo O tsunami que a 26 de Dezembro de 2004 devastou praias de diversas ilhas indonésias, do Sri Lanka, Índia e Nyamar, originando cerca de 226 mil mortos, entre os quais 187 mil desaparecidos, provocando igualmente uma devastação material de milhões de euros, inviabilizou que um grupo financeiro, com capitais árabes e alemães, ligado à hotelaria, avançasse para a criação de um hotel de luxo no Mosteiro de Alcobaça. A revelação foi efectuada por Rui Rasquilho, director do Mosteiro, que no passado dia 22 acolheu a seu convite naquele monumento, classificado como Património da Humanidade, Jaime Gama, presidente da Assembleia da República. De acordo com Rui Rasquilho, o grupo de investidores continua interessado em instalar-se em Alcobaça, mas de momento não sabe quando poderá formalizar uma nova proposta, uma vez que a sua prioridade, incide na recuperação dos elevados danos sofridos nas cadeias de hotéis afectados pelo tsunami.
O Mosteiro de Alcobaça está parcialmente desocupado desde a saída do Lar Residencial em 1999, e perante o impasse, o actual director do monumento, Rui Rasquilho, não desarma na procura de alternativas aos investidores árabes e alemães, que de acordo com aquele responsável chegaram a ter praticamente fechado um acordo com o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR). Rui Rasquilho tem vindo a desafiar publicamente a Câmara Municipal de Alcobaça (CMA) e o IPPAR a constituírem “uma parceria” para a utilização do espaço deixado devoluto do antigo Lar Residencial. “Ali dormiram os frades, depois soldados e, mais recentemente, idosos”, acrescenta Rui Rasquilho, defendendo que ali “durmam agora cidadãos de bolsa gorda”, referindo-se forma directa ao projecto para a implantação de uma unidade hoteleira de grande qualidade no espaço não medieval do monumento. “O Mosteiro de Alcobaça é um paraíso para investidores hoteleiros”, argumenta Rui Rasquilho, referindo-se às potencialidades do monumento, que se prepara para comemorar os 18 anos sobre a sua classificação pela UNESCO, como Património Mundial. Os projectos do director do Mosteiro nesta matéria, têm encontrado eco nas propostas publicamente defendidas pelo presidente da CMA, Gonçalves Sapinho, que sustenta a necessidade de se tirar partido com a implantação no interior do monumento de “uma pousada e de um auditório para centenas de pessoas”. Dinamização prosseguirá em 2007 Enquanto aguarda com “expectativa” uma resolução para a desocupação de grande parte do Mosteiro como uma “dor de cabeça”, Rui Rasquilho, já traçou o plano para a dinamização do monumento para este ano. Nos planos para a dinamização da parte medieval do Monumento estão exposições e projectos, alguns que Rui Rasquilho ainda está a avaliar, como a possibilidade de realização de uma bienal ligada ao Mosteiro e às artes e a realização de um congresso com nomes sonantes de diversas áreas. Fundada em 1178 pela ordem de Cister, é um das maiores e mais bem conservadas abadias cistercienses da Europa. Contudo, a maioria dos visitantes conhece pouco mais que a fachada de portal gótico e torreões barrocos, a grandiosidade da nave central, os túmulos de D. Pedro e D. Inês, o Claustro de D. Dinis, a casa do capítulo, a cozinha dos Monges e o dormitório, estando mais do dobro dessa área por explorar.Na sua visita ao Mosteiro de Alcobaça – que já não visitava há alguns anos -, mostrou-se surpreendido com as mudanças registadas no espaço envolvente do Mosteiro e com as propostas de rentabilização do monumento, apresentadas por Rui Rasquilho, e pelo presidente da CMA, Gonçalves Sapinho. Gama salientou que não “não tem dúvidas” sobre a relevância do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça no plano mundial e da importância que poderá ter para a cidade a instalação de um hotel de luxo no interior do monumento.Mosteiro na corrida às “Sete Maravilhas”Jaime Gama terminou a visita ao Mosteiro sem revelar se irá votar no concurso das “Sete Maravilhas do País”, cujo desfecho está previsto para Junho, adiantando que não “conhece bem” a iniciativa, explicando que solicitará mais esclarecimentos para o decurso de uma reunião, entretanto pedida ao comissário do concurso, Diogo Freitas do Amaral. Para convencer Jaime Gama a votar no Mosteiro de Alcobaça, poderá também contribuir o prometido investimento avultado na promoção do monumento, que a CMA projecta desenvolver no curto prazo. A campanha focará, por exemplo, o facto de este ser, na Europa, o Mosteiro da Ordem de Cister mais bem conservado, com a particularidade de ter sido assim mantido através da ocupação dos alcobacenses.Nos próximos dias deverá ser anunciada a estratégia da autarquia, para tentar levar à fase final o Mosteiro de Alcobaça, um dos 21 candidatos às “Sete Maravilhas do País”. O objectivo final dessa estratégia, será o de levar a que os alcobacenses, em particular, e os portugueses em geral, escolham mosteiro cisterciense como uma das maravilhas do património arquitectónico português. O presidente da autarquia, Gonçalves Sapinho, apela ao envolvimento de toda a sociedade para que o Mosteiro de Alcobaça passe à lista dos sete finalistas, sublinhando que está em causa uma oportunidade única de promover o concelho dentro e fora do país, uma vez que, a cerimónia de anúncio dos finalistas a decorrer a 7 de Junho, no Estádio da Luz, será acompanhada por mais de 150 televisões de todo o mundo.
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