O sector da construção civil é um dos mais afectados pelo desempregoEmpresas encerradas no distrito de Leiria geram mais de 23 mil desempregados Sectores da cerâmica, vidro, construção civil e hotelaria são os mais afectadosAntónio PauloO distrito de Leiria conta mais de 23 mil desempregados, gerados na sua maioria nos sectores da cerâmica, vidro, construção civil e da hotelaria, devido ao encerramento de empresas nos últimos tempos. Os números foram divulgados no passado dia 8, por José Fernando, coordenador da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria (USDL), num levantamento que os sindicalistas vêm a efectuar desde Março passado. “Nessa altura já tínhamos a noção de que o número de desempregados era assustador, mas nos últimos dois meses a situação agravou-se, e dentro em breve, o distrito de Leiria terá 24 mil pessoas desempregadas”, avançou o sindicalista, não escondendo a sua preocupação com elevado número de empresas encerradas no distrito, no qual os concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha e Marinha Grande, surgem como os mais afectados, por serem os que empregam mais pessoas nos sectores da cerâmica e do vidro.
A precariedade das condições de trabalho de alguns trabalhadores, constitui outra das preocupações dos dirigentes da USDL, por muitos não receberem os ordenados e estarem a atravessar dificuldades económicas nos seus agregados familiares. “Existem trabalhadores a sobreviver com 100 euros por mês, e, alguns deles, têm de suportar as despesas com combustíveis para ir trabalhar, porque não recebem ao final do mês”, denunciou José Fernando, adiantando que existem dois mil trabalhadores no distrito que não receberam subsídios de férias.Assegurando que a USDL conhece vários casos de trabalhadores que tentaram o suicídio devido a dificuldades económicas, José Fernando, salientou o caso de um trabalhador que laborou 45 dias consecutivos numa unidade hoteleira da Nazaré, tendo-lhe sido negado o pagamento do seu ordenado. “Esse trabalhador de Bragança, chegou de noite à Nazaré, só sabia que estava na zona litoral – porque nunca saiu do hotel durante mês e meio -, e ainda por cima, não recebeu um tostão pelo seu trabalho. Existe falta de respeito pelas pessoas”, acusa o sindicalista, criticando duramente “a falta de escrúpulos das entidades patronais”. “Os patrões não pagam, mas apresentam sinais de riqueza exterior, e uma grande parte dessas empresas só estão abertas pelo esforço dos trabalhadores, mesmo sem receberem o salário”, denuncia José Fernando, assegurando que a USDL vai continuar a trazer para a praça pública situações injustas, e a pedir responsabilidades aos governantes locais e aos representantes do poder central no distrito.
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