Luís Febra administrador da empresa SOCEMPainel central do novo Honda CRV será produzido na MartingançaO novo carro nipónico vai contar com a participação da indústria portuguesa de moldes A Socem, empresa de moldes, com uma unidade industrial em Martingança Gare, no concelho de Alcobaça, vai desenvolver, num prazo de seis e catorze semanas, o projecto de engenharia e dos moldes para o painel central de instrumentos e a consola superior do novo automóvel, que será comercializado a partir de 2007.
Não é o maior contrato da SOCEM, empresa instalada na Martingança, mas o projecto em que está envolvida com um parceiro alemão, ascende a 1,2 milhões de euros. “É um projecto estratégico”, salientou Luís Febra, administrador da empresa, explicando que será oferecida ao cliente uma solução global, que incluirá o desenvolvimento da vertente industrial e também a engenharia de produto. “Não fazemos só os moldes, embora seja esse o nosso principal negócio, fazemos o apoio ao desenvolvimento do produto”, salientou o gestor.“Os projectos ganham-se apostando na agregação de valor”, sustentou o empresário, sublinhando que isto só se consegue apostando num conceito abrangente de “inovação” que, em seu entender, abrange “os métodos, as soluções e a tecnologia” envolvida e também um quadro de pessoal em que mais de 40 por cento é constituído por engenheiros e outros técnicos. Para Luís Febra, os factores críticos do projecto incidem “no volume de moldes considerável, a capacidade de engenharia envolvida e o facto de uma só empresa integrar os vários estágios da cadeia de valor”. Outro factor fundamental, considera o empresário, foi o curto prazo disponível para o desenvolvimento do projecto e a industrialização. “Estamos mais perto de quem decide. Nós, hoje, somos a empresa mais rápida da Europa a apresentar soluções de engenharia de produto e prototipagem”, garante o empresário.Duas décadas de existência A empresa criou, ao longo dos seus 20 anos de existência – que se prepara para comemorar em neste ano de 2006 -, condições para oferecer engenharia residente, o que significa colocar estes quadros técnicos ao serviço dos clientes nas fábricas em que estes estão a produzir, neste caso, os automóveis. Para chegar a este nível, a SOCEM, que no ano passado atingiu um volume de negócios de cerca de 10 milhões de euros, fez grandes investimentos: montantes situados acima dos quatro milhões de euros, no período entre 2001 e 2004.Esta opção não significa que os resultados tenham sido os melhores, mas o industrial defende que se deve investir em tempos de crise. “Sempre funcionou”, afirmou Luís Febra, explicando que desde o ano 2000 “a rentabilidade tem sido baixa”. Considera, no entanto, que nos tempos em que vivemos fala-se de crise, quando devia dizer-se, em vez disso, que “há novas regras de mercado e que as condicionantes são os diferentes modelos de gestão”, aos quais “têm que se adaptar”. Luís Febra não se mostra surpreendido com as previsões de que “o desemprego em Portugal continue a aumentar no próximo ano”, sustentando que “é o País que está em reestruturação”. Os mercados que a SOCEM tem vindo a privilegiar situam-se na Europa, em particular nos países como a Alemanha, Suécia, Holanda, França e Espanha. De momento, a África do Sul e os Estados Unidos da América são mercados residuais para a empresa.
0 Comentários