Joe Berardo vai receber em breve proposta de “candidatura” de AlcobaçaCâmara sugere Mosteiro como um possível local para acolher obras de arteAlcobaça quer acolher a vastíssima colecção de arte contemporânea pertença do milionário português Joe Berardo António PauloAlcobaça vai entrar na “corrida” para acolhimento da colecção de arte do milionário português Joe Berardo. A novidade foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal, Gonçalves Sapinho, no passado dia 2 de Novembro, no decorrer da primeira reunião do novo executivo alcobacense, ao adiantar “ir conversar em breve” com o coleccionador e apresentar a “proposta” ser o Mosteiro de Santa Maria a acolher a valiosíssimo espólio de arte. Joe Berardo, aguarda há sete anos por uma proposta de localização por parte do Ministério da Cultura, para instalar em Portugal cerca de 4 mil peças, entre as quais se encontram, por exemplo, quadros de Picasso, Piet Mondrian, Salvador Dali, Andy Warhol, Francis Bacon, e de pintores portugueses contemporâneos, como Paula Rego, Júlio Pomar e Vieira da Silva.
Com o prazo de ultimato a esgotar-se – Berardo fixou o final deste ano para receber uma resposta por parte do Ministério da Cultura -, Alcobaça vai assumir-se como candidata a albergar a colecção, invocando a sua localização geográfica e espaços disponíveis no Mosteiro. Um candidatura que a ter pernas para andar, terá de contar sempre com o envolvimento do Ministério da Cultura, e que até poderá abrir caminho ao estabelecimento de uma parceria público-privada com o próprio Berardo – isolado ou com outros parceiros de investimento – na exploração de uma unidade hoteleira de luxo a instalar numa parte do próprio Mosteiro. Gonçalves Sapinho anunciou a “candidatura” na sequência de uma carta endereçada pelo munícipe Felisberto Matos que aponta a instalação da colecção de Berardo naquele monumento, “completamente disponível, de grandes dimensões com cerca de 40 mil metros quadrados, razoavelmente conservado, de grande beleza e classificado Património Mundial”. “É o quarto monumento nacional mais visitado, internacionalmente conhecido pela sua arquitectura, da Ordem de Cister e também pelos túmulos de Pedro e Inês”, argumenta Felisberto Matos, sublinhando que “a colecção Berardo pela sua contemporaneidade e o Mosteiro de Alcobaça pela sua antiguidade, e ambos pelo reconhecimento internacional de que já desfrutam, podem constituir a união perfeita e, potencializar-se reciprocamente”. Uma disputa muito difícil Mas a disputa em que Alcobaça se prepara para entrar não se apresenta fácil de vencer, bem pelo contrário, já que irá concorrer com “adversários” nacionais e internacionais que dispõem igualmente de muitos e bons argumentos e que há muito iniciaram contactos com Joe Berardo. Por exemplo, o coleccionador tem em cima da sua secretária quatro locais em França disponibilizados para acolher a sua vastíssima colecção. As propostas do Governo francês incluem dois locais em Toulouse, um dos quais está ocupado pelo museu dos matadouros, a ilha Seguin em Boulogne-Billancourt e um castelo próximo de Paris. O Governo francês tem reunido ao mais alto nível com o empresário, condecorou-o com as insígnias de Cavaleiro da Legião de Honra, e se o acordo for firmado, o local poderá ser anunciado em Maio ou Junho do próximo ano. A provar o enorme interesse que está a despertar nos meios culturais a instalação daquela que é considerada como uma das mais valiosas colecções privadas de arte contemporânea, é o facto de o Japão e os Estados Unidos da América também já terem abordado Joe Berardo. Actualmente, o antigo Casino de Sintra alberga parte da colecção de Berardo, mediante um protocolo assinado com a Câmara Municipal, e uma outra parte da colecção tem estado no Centro Cultural de Belém, Lisboa, onde ficará, pelo menos, até 2007. Em Portugal, para além do próprio Ministério da Cultura, também a Câmara Municipal de Lisboa, já está há mais de meio ano em contacto com Joe Berardo para “agarrar” a colecção. Mas bem mais perto de Alcobaça, também Caldas da Rainha está a movimentar-se no sentido de cativar o interesse do coleccionador, apontando como possível local de instalação da colecção, os Pavilhões do Parque D. Carlos I, administrado pelo Centro Hospitalar e propriedade do Ministério da Saúde. O coleccionador numa visita efectuada à cidade termal em Agosto passado, aquando da inauguração de uma exposição com peças da sua colecção, terá demonstrado algum interesse e agrado para com aquele espaço, como mais uma possibilidade de instalação da colecção.
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