A ação arrancou neste último fim de semana e segundo o comandante da capitania da Nazaré, Gomes Agostinho, “correu bem, sem incidentes, procurando-se sempre sensibilizar as pessoas para os perigos que existem, e regra geral aceitam os alertas, embora haja alguns resistentes”.

Vestidos como nadadores-salvadores, os fuzileiros interagiram com os milhares de pessoas que aproveitaram o bom tempo para irem para o areal. Sempre que alguém se aproximava da água era advertido para se afastar e acautelar a segurança.

Para Carmen Carrizosa, de 29 anos, de Espanha, “é muito importante haver esta prevenção na praia, porque ainda é muito cedo para começar a época balnear e as pessoas querem vir tomar banho ou passear à beira-mar. Devia ser uma questão de bom senso. Eu tenho muito respeito ao mar e não fico tão perto da água, mas acho bem esta preocupação das autoridades portugueses em antecipação ao verão. É preferível prevenir porque há muitos turistas a vir aqui”.

Fernando Pereira, de 58 anos, de Leiria”, comentou que “a Nazaré tem muita gente ao domingo e ainda na semana passada se estivessem cá os fuzileiros se calhar não tinham falecido duas pessoas. É benéfico como prevenção e não há de ser um encargo tão grande. Assim mais segurança e possibilidade de alertar as pessoas dos perigos. Ainda agora estava aqui um casal com duas crianças junto à água. À mínima distração dá-se um acidente”.

A praia da Nazaré tem um histórico de mortes de turistas que são arrastados pelas ondas quando estão à beira-mar. Este mês houve já duas vítimas, um casal de idosos espanhóis, daí a escolha da Nazaré para receber a ajuda dos fuzileiros enquanto não entram em funcionamento os concessionários com os nadadores-salvadores.

Recomendações nas praias da capitania de Peniche

Serrano Augusto, comandante da capitania do porto de Peniche, tornou público um aviso em que recorda que na área da sua jurisdição “não existe nas praias a presença de nadadores salvadores, encontrando-se estas sem vigilância e sinalização”.

“Os recentes acidentes dos últimos dias [a nível nacional] não estão diretamente relacionados com a época balnear, mas têm que ver com o facto das praias não estarem ainda estabilizadas do ponto de vista físico e morfológico, o que conjugado com as características da ondulação, resultam em perigos que não são visíveis”, alertou.

Segundo fez notar, “a ondulação constante e forte dos quadrantes de oeste impede ainda a reposição de areia para as condições normais da época de verão, criando fundões junto à linha de água”. Por outro lado, “os perfis de gradiente (declive) das praias ainda não estão suavizados, existindo condições mais favoráveis para se formarem agueiros e correntes marítimas mais fortes junto à praia”.

Além disso, “a temperatura da agua do mar é ainda baixa, pelo que potencia o choque térmico”.

Assim, existindo ainda estes fenómenos de perigo, alertam-se as pessoas que “devem proteger-se e acima de tudo evitar comportamentos de risco, não se aproximando da água ou não caminhando na areia molhada. Deve ser mantida, permanentemente, uma atitude preventiva junto à linha de costa”.