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Uma questão de dimensão patrimonial?

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Carlos Fidalgo Gestor do Património Cultural Pós-Graduado em Estudos do Património. A gestão do património cultural não pode e não deve ser dissociada da comunidade onde se insere. Antes deve ser um “motor” de desenvolvimento, um passo para o conhecimento, mais uma forma de passar os nossos testemunhos para as gerações futuras. Relevo o que […]

Carlos Fidalgo Gestor do Património Cultural Pós-Graduado em Estudos do Património. A gestão do património cultural não pode e não deve ser dissociada da comunidade onde se insere. Antes deve ser um “motor” de desenvolvimento, um passo para o conhecimento, mais uma forma de passar os nossos testemunhos para as gerações futuras. Relevo o que foi publicado no jornal “Região da Nazaré” sobre o protocolo efectuado entre o Externato Cooperativo da Benedita, o Mosteiro de Alcobaça e o Mosteiro de Cós, no âmbito das “Rotas de Cister”. É por este caminho que se deve seguir e não por outros. Como também vem publicado no mesmo jornal sobre a “Casa Museu do Pescador” e as queixas do proprietário do espólio que nela contém. As diferenças são muito grandes. De um lado dois Mosteiros e uma Instituição de ensino de reconhecido mérito.

Do outro, a vontade de uma pessoa que, ao longo de uma vida,”construiu”numa pequena casa um espaço visitável, onde se podem apreciar objectos utilizados pelos nossos antepassados. Tratam-se, ambos os casos, de uma questão de “Património Histórico”. Segundo Choay «esta expressão designa um fundo destinado ao usufruto de uma comunidade alargada a dimensões planetárias e constituído pela acumulação contínua de uma diversidade de objectos que congregam a sua pertença comum ao passado.» [1] Não será esta premissa que preside, neste caso em particular, à casa museu do pescador? Não será a existência de uma “acumulação de objectos” que validam a sua existência, perpetuando a sua mensagem para o futuro? Não é este o papel, conhecido, dos museus, independentemente da sua orientação cultural ou importância Nacional. O passado e o futuro são espaços temporais onde se movimentam as questões patrimoniais. Não existe “presente” a menos que do património se faça a “coisa” dita, existente, divulgada, preservada.

Alcobaça, neste caso demonstra, no presente, que pretende fazer do passado um caminho de futuro. Nós, que pensamos que temos uma identidade muito forte, genuína, fazemos com que o passado, teimosamente avivado por autênticos “pioneiros” do património local, se desvaneça em mares revoltos de questões colaterais. Aquela casa, aqueles objectos com certeza que algum interesse possuem. Um interesse etnográfico, antropológico, etnológico, de memória, de identidade social e cultural.

Com certeza que os nossos filhos, netos, bisnetos, gostariam de ver, ouvir e perguntar sobre a utilidade e a forma das “coisas” lá expostas. Os meninos de Alcobaça irão ter essa oportunidade. Os nosso, pelos vistos, não. Para reflectir.

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