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Pintor do quotidiano da Nazaré

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Manuel Coelho da SilvaTânia Rocha Manuel Coelho da Silva, mais conhecido por “Vinho Verde”, nasceu em Bartal, no concelho de Paredes, no Porto, no dia 10 de Fevereiro de 1909. Apesar de não ser nazareno, fez da Nazaré o palco das suas criações artísticas. Quando era um jovem adulto veio trabalhar para Alcobaça, na Ourivesaria […]
Pintor do quotidiano da Nazaré

Manuel Coelho da SilvaTânia Rocha Manuel Coelho da Silva, mais conhecido por “Vinho Verde”, nasceu em Bartal, no concelho de Paredes, no Porto, no dia 10 de Fevereiro de 1909. Apesar de não ser nazareno, fez da Nazaré o palco das suas criações artísticas. Quando era um jovem adulto veio trabalhar para Alcobaça, na Ourivesaria Crisóstomo, depois de trabalhar alguns anos na sua terra natal e em Lisboa. Enquanto estava em Alcobaça, trabalhou alguns Verões na Nazaré, terra onde casou, aos 28 anos de idade, com Julieta Marcelino Louraço. Na Nazaré ficou até aos 86 anos, altura em que faleceu. Manuel Coelho da Silva e Julieta Marcelino Louraço deixaram vários descendentes, quatro filhos, cinco netos e cinco bisnetos.

Manuel Coelho da Silva começou a trabalhar como aprendiz de ourivesaria na fábrica do tio, que o ensinou o ofício de artesão cinzelador de ouro e prata, e mais tarde, estabeleceu-se por conta própria como comerciante de ourivesaria. Diz uma das filhas, Maria Cecília Louraço, que o ofício que aprendeu foi também “um instrumento que lhe permitiu dar asas à sua criatividade e pendor artístico”. Porém, a sua imaginação fez muito mais criações além do ouro. Manuel Coelho da Silva retratou em desenho, aguarelas, barro e cobre martelado, o ambiente de “luta pela sobrevivência” que se vivia nos anos 30 e seguintes, na Nazaré. Manuel Coelho da Silva retratou, sobretudo, o drama quotidiano dos homens do mar, mas também destacou os aspectos pitorescos das ruas, as lides diárias e formas de sustento. Começou por usar a técnica a óleo, mas depois privilegiou e centrou-se na aguarela. Além disso, “gostava de criar formas artísticas em relevo, a partir de materiais diversos, como o metal, a madeira, pedaços de ramos, chifres de animais, arame, entre outros”. Criar era para ele “uma compensação da outra faceta da vida”, a da sua profissão de comerciante, para a qual nunca se sentiu vocacionado. Desenhar, pintar e criar objectos era “uma espécie de necessidade vital”. Segundo a filha, a sua obra “é localizada e modesta como ele”. Manuel Coelho da Silva chegou a fazer exposições na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, no Posto de Turismo da Nazaré, na galeria Capitel em Leiria e no Mar-Alto. Actualmente, ainda podem ser apreciados alguns dos seus trabalhos no Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré, no Museu da Figueira da Foz, em casas de amigos e familiares, e de muitas pessoas que compraram as suas obras ao longo dos anos, nomeadamente, muitos nazarenos, turistas e visitantes, nacionais e estrangeiros. Vendia as suas obras a preços simbólicos, “para pagar o material”, dizia. De forma a ajudar os outros, todos os domingos, Manuel Coelho da Silva entregava senhas de mercearia, em nome da Conferência de S. Vicente Paulo, a famílias carenciadas. Quando chegou à Nazaré era um “jovem franzino e irrequieto”, mas depressa se integrou na população, fazendo amizades facilmente. Era conhecido como “o Vinho Verde”, julga a filha que esta alcunha lhe foi atribuída por ser natural da região do vinho Verde e por “fazer referência a esse tipo de vinho no seu grupo de amigos dos primeiros tempos que viveu na Nazaré”. Em 1995, de um dia para o outro, diz a filha, “deixou de trabalhar”. A “força vital abandonou-o e ele deixou-se ir tranquilamente e conformado”. Durante o seu funeral, o padre Luís Nési, referiu-se a Manuel Coelho da Silva como “o exemplo do homem bom”.

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