Programa inclui o grande vencedor “Pare, Escute, Olhe” de Jorge Pelicano É o acontecimento do ano no campo do documentário e volta a passar por Alcobaça: a sétima edição do doclisboa (que este ano continuou a trazer-nos o melhor do documentarismo nacional e internacional) promete, mais um vez, mostrar-nos de que “matéria” é feita o “cinema do real” em mais uma extensão a realizar no Cine-Teatro de Alcobaça, entre os dias 20 e 23 de Novembro, ou seja, um fim-de-semana totalmente dedicado ao cinema documental português (que o próprio director do festival, Sérgio Tréfaut, acusou de ter atingido este ano a “maturidade”).
Na sessão de abertura, sexta-feira, dia 20 (pelas 14h 30 e 21h 30), está garantida a presença de “Com que Voz”, filme de Nicholas Oulman, vencedor do Prémio para Melhor Primeira Obra e que nos conta a história do autor da letra da canção que anda na cabeça e na ponta da língua de todos os portugueses por estes dias, graças à revisão feita pelo projecto Amália Hoje – falamos de “Gaivota” e Alain Oulman, um homem apaixonado por livros, por música e que conviveu de muito perto com Amália Rodrigues para quem escreveu inúmeras letras de canções que se tornariam um sucesso da diva do fado. Presente estará também o filme que venceu de forma unânime (ou talvez não, mas essa é outra discussão) os prémios principais do festival: “Pare, Escute, Olhe”, realizado por Jorge Pelicano, e que será apresentado na sessão de encerramento, dia 23, segunda-feira (também pelas 14h 30 e 21h 30), foi galardoado com o Prémio de Melhor Longa-Metragem Naciona, Prémio Melhor Montagem e Prémio Escolas IPJ de Melhor Filme da Competição Nacional, tratando-se de um retrato das consequências do encerramento da linha do Tua na região entre Bragança e Mirandela. Também o filme do leiriense e jornalista do Expresso Pedro Neves, “Os Esquecidos”, poderá ser visto na sexta (dia 20, pelas 19h) e no domingo (dia 22, pelas 17h), numa abordagem ao drama da pobreza no Grande Porto. “Luanda, A Fábrica da Música” da dupla de realizadores Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves será igualmente apresentado no sábado (dia 21, pelas 21h 30) e no domingo (dia 22, pelas 19h), obra que acompanha o quotidiano dos jovens angolanos que sonham ser cantores e poetas no universo da música kuduro. Constituindo o único festival de cinema em Portugal exclusivamente dedicado ao documentário, o doclisboa tem apostado nos últimos anos na capitalização do renovado interesse dos espectadores portugueses pelo género documental, conseguindo trazer às salas da Culturgest, do Cinema Londres e do Cinema São Jorge, um público muito numeroso e entusiasta. Mais uma vez no Cine-Teatro de Alcobaça, o doclisboa promete também aqui revelar uma nova consciência da enorme riqueza, diversidade e potencialidades do documentário.
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