E agora algo completamente diferenteDavid Mariano No mesmo ano em que o Homem colocou um pé na Lua eles colocaram na televisão um pé gigante que esmagava personagens atrás de personagens (foi em 1969: há perto de quatro décadas atrás) e isso veio revolucionar a comédia universal (como se esse momento definisse um antes e um depois na história do humor). Passaram depois pelo cinema, pela rádio, pelos livros e até já chegaram ao mundo dos jogos de computador, mas talvez faltasse isto: reencenar os seus mais famosos sketches em cima de um palco e tornar a estupidez humana ainda mais viva e risível (pelo menos em Portugal). É o que vamos ver no próximo sábado, dia 14 de Junho, pelas 21h 30, no Cine-Teatro de Alcobaça quando o espectáculo “Os Melhores Sketches dos Monthy Python” entrar em cena com armas apontadas às almas sérias e sisudas.
Vai ser um teste puro aos diafragmas da plateia: recorrendo a alguns dos episódios e das cenas mais célebres no percurso do mais famoso grupo de comediantes britânicos (em Portugal os Gato Fedorento são um fiel equivalente) teremos aqui a oportunidade de ver (e rever) uma sucessão imparável de “clássicos” dos Monthy Python. Para isso há um elenco de luxo formado pelos actores Bruno Nogueira, António Feio, Miguel Guilherme, Jorge Mourato e José Pedro Gomes (nesta lista obedecemos à ordem de altura) que tratam de prestar uma justa homenagem aos génios que lhes ensinaram boa parte daquilo que sabem sobre comédia.Mas não podemos esquecer outro nome importante (e um dos que não se cansa de referir os Monthy Python como a sua divindade mais venerável): Nuno Markl (o homem de “O Homem que Mordeu o Cão”) que neste caso traduziu e adaptou os textos originais do bando composto por John Cleese, Michael Pallin, Terry Jones, Terry Gillian, Eric Idle e Graham Chapman. Não há nesta equipa portuguesa quem renegue a herança “pythonesca” no seu trabalho de comediantes (e esta palavra existe mesmo no dicionário inglês para indicar termos como absurdo ou algo surreal) e por isso eles estão todos ali.“Os Melhores Sketches dos Monthy Python” vão assim abrir o apetite e os sentidos do mundo não só para a comédia, mas também para alguns temas importantes, asseguram eles, da sociedade moderna, tais como a troca de papagaios mortos, o canibalismo em agências funerárias, a presença de cangurus na Última Ceia ou sobre piadas capazes de se transformam em armas mortíferas. Talvez nunca como hoje os Monthy Python tenham estado tão presentes (dos Gato Fedorento e Herman José ao Conan O’Brien, passando por séries de humor como o South Park ou o Saturday Night Live) e talvez nunca como agora tenhamos sentido tanto a falta deles. Não temos dúvidas: vai ser algo de completamente diferente.
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