Falta de comunicação entre Hospitais e familiares dos UtentesApesar do “choque tecnológico” ainda há falta de comunicação entre Instituições do Estado. A comprová-lo está o caso denunciado por E. M. de 64 anos, cuja mãe faleceu no fim do ano, sem o conhecimento das filhas que a procuraram no Hospital de Leiria, para onde seguiu de ambulância, depois de a terem levado ao Centro de Saúde da Nazaré, por manifesta falta de ar. Os familiares de J. M. acabaram por encontrá-la sem vida, no Hospital de Alcobaça, dois dias depois.
Segundo E. M., a sua mãe (J. M.) queixou-se com falta de ar, no dia 26 de Dezembro, pelo que a levaram ao Centro de Saúde da Nazaré, onde foi assistida pelo Dr. Januário que encaminhou o caso para o Hospital de Leiria. A paciente seguiu para Leiria, de ambulância, acompanhada por familiares e deu entrada no Hospital por volta das 17 horas. Foi esta a última vez que E.M. e sua irmã viram a mãe com vida. A esta chegada ao Hospital de Leiria seguiram-se horas de espera que acabaram em desespero por volta das 02 horas do dia 27, quando comunicaram que a Sr.ª J.M. ficaria internada e que a partir das 09h00 poderiam telefonar para saber mais sobre o seu estado de saúde. Por volta das 10h00, os familiares da utente telefonaram e foi-lhes transmitido que a mãe ainda não tinha sido assistida e que aguardava a chegada do médico, adiantaram-lhes ainda que poderiam obter mais informações a partir das 13 horas. A esta hora, disseram às filhas de J.M. que esta já estava medicada e que poderiam obter mais informações por volta das 17h30. Desta feita, antes da hora prevista, foi o Hospital que contactou os familiares informando que a Dona J.M. ficaria internada na “Medicina 2”, mas como não havia cama, ficaria na “Cirurgia 2”. Perante a questão de ir ver a mãe, foi-lhes respondido que possivelmente não os deixariam vê-la.O insólito, segundo os familiares, aconteceu no dia seguinte, dia 28 de Dezembro, quando chegaram ao Hospital de Leiria, para a 1.ª visita da tarde, e lhes foi comunicado que o nome da utente não constava em nenhum daqueles serviços, porque, supostamente, teria tido alta há dois dias atrás, recomendando ainda que a procurassem na sua residência. Perante o espanto e a indignação dos familiares, o funcionário que os atendeu acabou por apurar que a utente teria sido transferida para outro Hospital, mas ninguém sabia dizer qual. Mesmo sem qualquer contacto telefónico entre o Hospital de Leiria e o de Alcobaça, a família de J.M. acabou por se dirigir para este último, onde, num primeiro momento, também ninguém sabia do seu paradeiro. Após alguma insistência e algum tempo de espera, foram chamados à presença de uma médica que, com manifesta surpresa, acabou por lhes comunicar que a Sr.ª J.M. tinha falecido nessa manhã, às 9h20 desse mesmo dia.Indignada, a família decidiu denunciar a situação para que este tipo de situações não se repita, porque este tipo de acções por parte de Instituições do Estado em nada dignifica a saúde e mostra um profundo desrespeito quer pela vida, quer pela morte. MCB
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