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Deputados municipais de Alcobaça visitaram riqueza ambiental e cientifica da mata do Gaio Estação Florestal Nacional descura Mata do Gaio Deputados municipais visitaram pulmão verde do concelho de Alcobaça e alertam para os riscos de abandono e para as potencialidades do espaço A Assembleia Municipal de Alcobaça promoveu, no passado dia 9 de Junho, uma […]
Mais atenção e utilidade

Deputados municipais de Alcobaça visitaram riqueza ambiental e cientifica da mata do Gaio

Estação Florestal Nacional descura Mata do Gaio Deputados municipais visitaram pulmão verde do concelho de Alcobaça e alertam para os riscos de abandono e para as potencialidades do espaço A Assembleia Municipal de Alcobaça promoveu, no passado dia 9 de Junho, uma visita à Mata Nacional do Gaio, na freguesia do Vimeiro. São 267 hectares de floresta, incluindo pinheiros (cerca de 150 hectares) e quercinius (cerca de 70 hectares), sobretudo, carvalhos e sobreiros. Apesar do valioso património florestal em causa, o Estado tem descurado por completo este verdadeiro pulmão verde do concelho de Alcobaça, de que é proprietário.

Um dos tesouros desta mata reside nas cerca de 80 subespécies de sobreiro, oriundas de várias partes do mundo, plantadas há cerca de meio século pelo engenheiro agrónomo Joaquim Vieira Natividade. No entanto, se a Estação Florestal Nacional nada fez para preservar este valioso património florestal, decidiu, há cerca de cinco anos, levar para a sua sede, em Oeiras, a Estação de Subericultura criada em Alcobaça pelo agrónomo alcobacense, uma das maiores autoridades portuguesas no âmbito da silvicultura. Vítor Ramalho, que serviu de guia aos convidados, conjuntamente com Raul Duarte, explicou que a região de origem do sobreiro é a Estremadura e não o Alentejo, atingindo por isso um porte bastante maior no primeiro caso. O engenheiro, actualmente reformado, contou ainda que o professor Joaquim Vieira Natividade descobriu uma forma extrair cortiça dos sobreiros, através de um método de enxertia, logo que as árvores completassem 15 anos, ao contrário dos 25 anos habituais. Segundo Vítor Ramalho, conta-se mesmo que o então primeiro-ministro Oliveira Salazar terá pedido a Vieira Natividade para não divulgar este novo método de enxertia, de forma a não cair nas mãos dos comunistas. O agrónomo terá respondido ironicamente: “realmente, se cada comunista levar uma bolota para a Rússia, dentro de algum tempo esta estará cheia de sobreiros”… Mata com vários potenciais A extensão de carvalhos da Mata do Gaio é uma das maiores da Europa, fazendo mesmo parte da “Rede Natura 2000”. Contudo, há muitos anos que não é limpa, proliferando muita vegetação rasteira. A humidade do local terá contribuído para a inexistência de incêndios no local nos últimos anos, mas nada garante que o futuro reserve a mesma sorte para o local, que inclui ainda alguns escassos hectares de castanheiros e aveleiras. Para além das espécies arbóreas, as matas são, também, o habitat de várias espécies animais como o açor e o gavião, ou as menos comuns na região, como o torcicolo ou da felosa-de-papo-branco. A Mata Nacional do Gaio depois de vários anos de abandono começou, recentemente, a ser alvo de algumas limpezas, mas mesmo assim, o presidente da Assembleia Municipal, Paulo Inácio, sublinha que “mais tem de ser feito”. “Esta deslocação pretendeu sensibilizar todas as entidades” com responsabilidades na preservação ambiental para a necessidade de “preservar a mata do Gaio”, dando-lhe “mais atenção e utilidade”, enfatizou o autarca. Na mesma linha de pensamento, o presidente da Câmara Municipal, Gonçalves Sapinho foi ao Gaio reforçar que a mata tem potencial “económico, turístico, agrícola e científico” que “é preciso dinamizar” em vez de “ser uma vasta área parada e sem qualquer rentabilidade”. Para ajudar o Estado a olhar com outros olhos para aquela mancha florestal, vai ser feito um estudo científico, onde o aproveitamento dos sobreiros é visto como um potencial económico com possíveis “repercussões na economia local e nacional”. Logo que sejam conhecidas as conclusões do estudo – a cargo dos engenheiros agrónomos, Raul Duarte, Vítor Ramalho e Albertino Sá Teixeira -e que deverá estar concluído até final do mês, as mesmas serão enviadas para a Direcção Geral dos Recurso Florestais (DGRF), entidade que tutela a Mata Nacional do Gaio.

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