Indústria versus ambiente

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José Alho director do PNSAC Industriais encaram futuro do sector extractivo com apreensão Durante cerca de cinco horas “partiu-se muita pedra” em torno da proposta de revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros António Paulo O sector da indústria extractiva está apreensivo com a proposta de Revisão do […]
Indústria versus ambiente

José Alho director do PNSAC

Industriais encaram futuro do sector extractivo com apreensão Durante cerca de cinco horas “partiu-se muita pedra” em torno da proposta de revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros António Paulo O sector da indústria extractiva está apreensivo com a proposta de Revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), afirmando que restringe o desenvolvimento do sector e condenando-o à morte. Os receios foram manifestados durante a sessão pública de esclarecimento realizada no passado dia 20 de Abril no auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça, a qual contou com lotação esgotada e que se estendeu por cerca de cinco horas, num debate que contou com a participação dos industriais, autarcas, de José Alho, director do PNSAC, e de Henrique Pereira dos Santos, coordenador do Plano de Ordenamento.

Com o encerramento na passada quinta-feira do prazo definido para a discussão pública da proposta de revisão, os industriais sublinham que “as pessoas que têm a responsabilidade de fazer o novo plano, não podem meter as nossas propostas na gaveta”, como fez questão de enfatizar na ocasião, Vítor Carvalho, da Associação de Exploradores de Calçada à Portuguesa. “Queremos que seja possível continuar com uma actividade tão importante para a região”, reforçou o dirigente associativo. Recados ao quais Henrique Pereira dos Santos respondeu, explicando que as sessões públicas – num total de sete realizadas em Rio Maior, Ourém, Porto de Mós, Alcanena, Torres Novas, Santarém e Alcobaça -servirão para recolher as opiniões e propostas, assegurando que “o PNSAC não tem intenção de estrangular o sector da extracção de pedras”, recordando que “o plano em vigor não contempla eficazmente a indústria”. Para os industriais está em causa a impossibilidade de criar novas áreas de extracção, estando os empresários obrigados a proceder à recuperação das pedreiras já licenciadas e exploradas, de forma a poderem ampliar até 10 por cento a área de extracção, um valor que na óptica dos industriais é tido como “demasiado baixo” que restringe o desenvolvimento do sector, ameaçando a sua sobrevivência. Previsões divergentes Pelo mesmo diapasão crítico afina a Associação Portuguesa dos Industriais de Mármore, Granitos e Afins (ASSIMAGRA) que pela voz de Miguel Goulão, acusa o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e o PNSAC de “sobreporem os valores ambientais aos valores do sector da extracção de pedra”, tirando aos industriais a oportunidade de desenvolvimento sustentável. O representante da ASSIMAGRA defende que o novo plano compatibilize “verdadeiramente” os valores ambientais com os interesses do sector, caso contrário, assegura, “assistiremos a uma morte lenta, uma vez que se o sector está limitado no seu crescimento e se o recurso extraído é escasso, não permitindo a sua ampliação, ele acabará de forma natural”. Esta é, no entanto, uma posição com a qual o ICN e o Parque Natural não concordam, com o seu director, José Alho, a rejeitar “a morte anunciada do sector”, garantindo “um período de vida útil para as pedreiras na ordem dos 20 anos, que em alguns casos está prevista de se estender até aos cem anos”. Por seu lado, Henrique Pereira dos Santos sustenta que esta é proposta de salvaguarda de recursos adequado à realidade e aos recursos de hoje, contrapondo que a possibilidade de ampliação das pedreiras não é tão reduzida quanto os industriais invocam, “podendo chegar até aos 110 por cento”. As propostas chegadas por escrito ao PNSAC até à passada sexta-feira, serão agora analisadas individualmente, tendo em vista a sua inclusão ou não, no novo plano de ordenamento que tem por objectivo compatibilizar os valores ambientais e os interesses de um sector que emprega cerca de 12 mil trabalhadores e que contribui em 17 por cento para o Produto Interno Bruto.

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