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A RTP, e o conceito de serviço público de televisão

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César Santos Líder parlamentar do PS na Assembleia Municipal de Alcobaça.-Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? -Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato. -Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice. -Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato. (Lewis Carroll -Alice […]

César Santos

Líder parlamentar do PS na Assembleia Municipal de Alcobaça.-Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?

-Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.

-Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.

-Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas – replicou o gato.

(Lewis Carroll -Alice no País das Maravilhas).Muito se tem falado sobre televisão, sobre a RTP e o conceito de serviço público de televisão. Infelizmente, mais sobre os problemas financeiros da RTP, do que sobre o que deve ser o serviço público de televisão, ou mesmo, o que deve ser conceito de televisão em Portugal. Com a precipitação do Governo de querer acabar com um dos dois canais afectos à RTP e ao serviço público de televisão, ou mesmo de extinguir a RTP, desviou-se o assunto do essencial para o “supérfluo”: O que deve de ser o serviço público de televisão? A que critérios devem obedecer? Qual deve ser a sua forma de financiamento? Deve estar sujeito ao julgamento dos “shares” (percentagem de pessoas que vê aquele canal aquela hora) ou deve reger-se unicamente por critérios de qualidade, e efectivo serviço público do ponto de vista pedagógico e formativo? Qual será a “grelha” ideal e que conteúdos deverá ter um serviço publico de televisão (SPT), num pais que em 10 anos perdeu 50% do espectadores no horário nobre (considerando os quatro canais generalistas e os 15 com maior audiência por cabo ou satélite).

Eu penso, que a RTP respondeu a algumas dessas perguntas que ficaram por fazer. Avançou com uma série de programas de qualidade, quer na RTP2 conforme já nos vinha habituando com uma programação de qualidade e bastante abrangente do ponto de vista cultural, embora assumidamente para minorias, quer a RTP1, que apostou num dos pilares para um bom serviço público – a informação. A informação não se esgota numa série de blocos informativos. A informação é hoje essencial para que se volte a discutir o País e os seus problemas, de uma forma aberta e com os vários sectores da sociedade. Uma genuína sociedade democrática faz-se da participação política responsável, generalizada e do debate alargado. Mas, para que haja capacidade de debate é necessário dar a todos iguais meios de intervenção – uma real igualdade de oportunidades.E para isso têm contribuído muito a RTP, com alguns programas de debate e discussão e grandes entrevistas, onde não limita aos partidos políticos o espaço de debate, mas chama os mais variados sectores da sociedade portuguesa com personalidades que podem dar um contributo positivo na formação de uma opinião pública bem construída e devidamente esclarecida e fundamentada. Possibilitando uma discussão ampla e generalizada na sociedade portuguesa sobre os temas que mais nos preocupam. A aposta na formação e na educação das opiniões é um meio essencial para dotar as pessoas com um capital de intervenção política e social, que lhes permita ter consciência de que não são meros agentes passivos, mas sim, activos na transformação da sociedade.Num momento em que o país se prepara para enfrentar um período menos bom, e em que parece que os partidos políticos se vão isolando da sociedade portuguesa, importa relançar estes debates, e ouvir a opinião de todos. A RTP está de parabéns, pois tem conseguido com uma série de debates, entrevistas e reportagens, voltar a interessar os portugueses nos seus problemas e na sua discussão. Os problemas do País não são só dos partidos. São de todos nós, que todos os dias os sentimos no trabalho e na nossa vida pessoal. Não quer isto dizer que a RTP não tenha problemas, porque têm. E que pode continuar tudo como está, porque não pode. É preciso resolver os problemas da RTP. O passivo, os trabalhadores, e o contínuo ultrapassar de orçamentos. Na minha opinião, temos de definir quanto e que o pais pode despender para ter um SPT. Quem o vai pagar, a publicidade? Os nossos impostos? Depois, elaborar orçamentos rigorosos e garantir que sejam escrupulosamente cumpridos. Para que as sucessivas administrações não possam continuar a esbanjar o dinheiro que é de todos nós. Um serviço público de televisão não é um luxo, mas uma necessidade numa sociedade que se pretende democrática e participativa.

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