Niveís de erosão costeira do distrito de Leiria foram avaliados pelo Governo CivilLevantamento das situações de risco associadas à erosão da orla costeira do distritoO Governo Civil de Leiria detectou riscos, avaliou medidas para minimizar os perigos e aposta na sensibilização dos cidadãosAntónio Paulo O Governo Civil de Leiria acaba de divulgar o “Levantamento das Situações de Risco Associadas ao Processo de Erosão da Orla Costeira do Distrito de Leiria”, que o dinamizado nos últimos meses, em parceira com as Capitanias dos Portos da Nazaré e de Peniche e com o Centro Distrital de Operações de Socorro. Este levantamento teve por objectivos verificar no terreno processos de erosão marinha e de instabilidade das arribas, avaliar os riscos associados a essa instabilidade e definir medidas de minimização dos riscos e de prevenção de acidentes.
Para além da faixa costeira dos concelhos da Nazaré e de Alcobaça, a avaliação incidiu igualmente nas orlas marítimas dos concelhos da Marinha Grande, Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche. Em relação a intervenções o levantamento refere que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil identificou os locais com necessidade de serem alvo de estudos técnicos e que o Instituto da Água colocou sinalização de perigo em arribas e praias e procedeu a uma intervenção de emergência na praia da Almagreira, em Peniche.Dos riscos identificados pelos técnicos, ressaltam a insegurança de pessoas quando circulam nas arribas com possibilidade de ocorrência de desmoronamentos; a insegurança de escadarias de acesso ao mar e pontos de pesca construídos em plena arriba; a insegurança na permanência nas praias, na proximidade da base das arribas, atendendo à possibilidade de queda de blocos rochosos e a insegurança na utilização de algumas casas – construídas em plena arriba -, bem como de vias de comunicação que poderão estar em perigo.Perante a “carta de riscos costeiros”, o Governo Civil de Leiria, sublinha nas conclusões do documento que “torna-se imprescindível a formação e sensibilização dos cidadãos para esta problemática, no sentido de respeitar a sinalização de proibição que se encontra nos locais de maior risco, e de se evitar o vandalismo ou remoção da mesma”. Riscos na Nazaré e em Alcobaça Do diagnóstico efectuado à faixa costeira da Nazaré, é mencionado no documento que “a área envolvente do Forte do São Miguel apresenta fendas no solo”, registando-se ainda “uma zona de pesca, onde a violência das ondas tem sido responsável para erosão do maciço que sustenta o Forte”. Em relação a esta situação, é referido que “estão em curso obras de drenagem pluvial da zona envolvente do Forte de São Miguel, na Nazaré. Esta intervenção, da responsabilidade do Ministério da Defesa, pretende consolidar a área anexa ao Forte, sujeita à acção de diversos agentes erosivos”. Ainda na Nazaré, o levantamento refere que “a arriba contígua à praia está em processo de erosão, verificando-se o desmoronamento de rochas, encontrando-se a área delimitada de modo a interditar o acesso aos banhistas, encontrando-se devidamente sinalizados os perigos adjacentes”, sendo ainda sublinhado no documento que “o Sítio, localizado em zona de arriba, encontra-se desprovido de base rochosa”. Em relação à faixa costeira do concelho de Alcobaça, são apontadas como zonas delicadas, Água de Madeiros, Pedra do Ouro, Vale Furado e São Martinho do Porto. Em Água de Madeiras constatou-se “uma movimentação natural da arriba “ com “desmoronamento de blocos rochosos pertencentes à arriba e sua posterior acumulação na praia”. Na Pedra do Ouro foi diagnosticada “uma situação crítica de construções sobre a duna, não se compreendendo se está a ser cumprido o Plano de Ordenamento da Orla Costeira Alcobaça/Mafra, pois a construção apresenta alvará de licenciamento de 2004”. Em Vale Furado o levantamento refere que “nesta área encontram-se casas em situação bastante crítica quer na parte superior da arriba, quer no acesso à praia, que se processa por caminhos sinuosos originados pela construção sem qualquer plano de ordenamento”. Finalmente, em relação a São Martinho do Porto, é mencionado no documento, que “existe uma zona com construção muito perto da arriba em processo de erosão, sendo o terreno, nesta área, é constituído por materiais frágeis – maioritariamente argilas – favorecendo a movimentação de terras em altura de chuvas”.
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