César SantosDeputado do PS na Assembleia Municipal de Alcobaça.“Quando um país rico desperdiça 12 anos da vida de um jovem sem o formar em nada, é grave. Quando um país pobre o faz, é dramático”Autor desconhecidoCom a crise que se vai instalando um pouco por todo o lado, progressivamente e em quase todos os sectores, surge o consequente aumento da taxa de desemprego, criando uma situação de mão-de-obra excedentária em alguns sectores, e uma enorme escassez de profissionais qualificados e preparados para assumir postos de trabalho em sectores não tradicionais.
O que nos remete para o eterno problema da falta de preparação e qualificação da mão-de-obra portuguesa face aos novos desafios, dificultando a sua empregabilidade.A sociedade do conhecimento e da informação coloca-nos diversas e novas exigências, de natureza trans-sectorial, no que toca à questão da empregabilidade, não só às empresas como também aos profissionais. Em suma, a todos os sectores da sociedade é exigida uma evolução para uma sociedade de aprendizagem em função das novas tecnologias e da modernização dos sectores. Deve o Estado chamar a si a realização de tarefas inadiáveis, sob pena de pôr em perigo com a sua não realização, o nosso futuro, assim como das gerações vindouras? Eu penso que sim. Cabe ao estado e às autarquias um enorme papel no planeamento e apoio às empresas para a criação de planos de formação nestas áreas em somos deficitários, resolvendo simultaneamente problemas de desemprego e falta de mão-de-obra qualificada.Estas tarefas deverão passar pela existência de políticas que conjuguem o ensino e formação, à actividade produtiva. Como tal, torna-se essencial o envolvimento e empenho dos parceiros sociais, educativos e económicos, que permitam conhecer, de forma profunda, sistemática e regular, as necessidades de qualificações impostas pelas transformações do sistema produtivo.Urge consolidar um sistema de conjugação das políticas de educação, formação (inicial e contínua) e certificação profissional, baseado na articulação dos ministérios da educação e do trabalho com as autarquias e associações empresariais, assim como um meio efectivo de antecipação das necessidades de mercado e de adequação dos perfis profissionais a essas necessidades. Este sistema deverá compreender uma vertente cada vez mais orientada para o ingresso na vida activa, de modo a garantir que a oferta se adequa e se aproxime cada vez mais dos vários segmentos da procura e ao mesmo tempo combata o abandono escolar precoce. Apostando assim, na formação e na garantia de um ano de formação qualificante a todos os alunos que abandonem o sistema educativo sem qualquer preparação profissional. É essencial definir uma política de orientação e inserção profissional, de forma a garantir que os períodos entre empregos sejam oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal orientados para a competitividade.Defendo, pois a criação de sistemas de informação sistemática a nível concelhio, regional e nacional sobre a evolução dos diferentes sectores de actividade, bem como a caracterização e evolução dos respectivos recursos humanos, de modo a que o sistema possa corresponder às reais necessidade do mercado de trabalho. Papel determinante desempenha também a iniciativa das pessoas e das empresas na concretização eficaz destes objectivos orientadores. Apesar da aposta realizada nos últimos anos ao nível da qualificação da população portuguesa, é preciso ter em conta, a ainda, situação de atraso em que nos encontramos ao nível da instrução, e da qualificação dos recursos humanos, condições que se revestem, actualmente, de uma importância estrutural para o desenvolvimento e competitividade nacional, face às exigências de empregabilidade na sociedade futura. Estarão assim garantidas as condições essências e fundamentais para a construção de uma geração de profissionais e cidadãos aptos a lidar com esta nova sociedade do conhecimento e da informação, cuja competitividade é cada vez maior.
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