Avança o projecto de tratamento dos efluentes das suiniculturas do OesteEstá definida a solução para tratar efluentes suinícolas O tratamento dos efluentes suinícolas no Oeste ganha dinâmica depois de anos de impasseAntónio Paulo O tratamento dos efluentes das suiniculturas da região Oeste vai ser efectuado por digestão anaeróbia, de modo a permitir a produção de energia a partir do biogás, tendo ficado pelo caminho a alternativa de tratamento por secagem térmica. A decisão foi tomada pela Comissão de Acompanhamento do Processo de Despoluição das Bacias Hidrográficas do Oeste, num encontro realizado Governo Civil de Leiria, no passado dia 15 de Fevereiro, e que contou com a participação de representantes dos ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, da Economia e Inovação, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e das administrações do Trevoeste, das Águas do Oeste e da Associação de Municípios do Oeste.
A reunião serviu para fazer o ponto da situação de todo o projecto, e de acordo com Adelino Mendes, adjunto do Governador Civil de Leiria, esta decisão foi tomada depois de “avaliada a importância do sector da suinicultura na economia da região, bem como a necessidade de conciliar a produção energética com a protecção do meio ambiente”. Aquele responsável salientou ainda que “muito do trabalho já tinha sido feito pela Recilis – empresa que lidera o processo de despoluição dos rios Lis e Lena – e acabou por ser aproveitado agora para os rios Tornada, Arnóia e Real”. Adoptada a decisão quanto à solução do tratamento dos efluentes, falta agora fazer o estudo financeiro e Adelino Mendes admite que a escolha do consórcio ao qual será adjudicada a solução económica associada ao modelo de gestão, possa ser efectuada até ao início do Verão, adiantando “existirem empresas que concorreram para o processo de Leiria e que já se mostraram interessadas”.Até que as três estações de tratamento de efluentes previstas para o Oeste estejam concluídas, o que deverá acontecer em 2008, os representantes das associações de suinicultores, conjuntamente com elementos dos ministérios do Ambiente e da Agricultura e ainda da empresa Águas do Oeste, “irão arranjar soluções que minimizem os impactos ambientais”. Na passada sexta-feira, representantes dos ministérios da Agricultura e do Ambiente e das empresas Trevo Oeste e Águas do Oeste, reuniram-se para definirem soluções intermédias a aplicar no período de construção das Estações de Tratamento de Águas Residuais que integrarão o projecto de despoluição das bacias dos três rios. O plano definido por estas quatro entidades, será submetido à apreciação da Comissão de Acompanhamento até ao próximo dia 15 deste.Comissão essencial Nos considerandos do Despacho Conjunto que cria a Comissão de Acompanhamento é mencionado que “a internacionalização dos custos ambientais, além de um imperativo de natureza social, deverá ser encarado como um factor de competitividade de um sector com uma importância relevante na pecuária nacional”. Além disso, considera-se que, “para ultrapassar a situação insustentável decorrente da forte carga poluente associada à produção suinícola, é necessária uma intervenção urgente, através da construção de um sistema de tratamento de efluentes”.Tendo sido constituída, no inicio do mês de Outubro passado a empresa Trevoeste e estando o procedimento de consulta para a concepção/construção das estações de tratamento de efluentes de suinicultura numa fase final de avaliação de propostas, o Governo considerou necessária a criação desta Comissão de Acompanhamento, “essencial” para a escolha adequada das soluções técnicas e económicas associadas ao modelo de gestão, garantindo a sua sustentabilidade económica e financeira.A Trevoeste foi criada em Outubro passado, sendo a maioria do seu capital detido (90 por cento) pertence a três empresas de suinicultores, sendo que, os restantes 10 por cento são detidos por várias autarquias, entre as quais a de Alcobaça.
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