César SantosDeputado do PS na Assembleia Municipal de Alcobaça“A Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido.”Artur LewisComo muito bem foi definido na Cimeira de Lisboa, que muitos baptizaram como Lisbo@.com, um dos nossos maiores desafios no futuro próximo é o da sociedade de informação. Para quem navega habitualmente na Internet sabe que não há diferença entre comunicar com Alcobaça, Bragança ou Faro e falar com Bruxelas ou New York, pesquisar um livro na Universidade de Coimbra e na Universidade de Florença, consultar os catálogos de uma empresa da Nazaré ou de uma sua concorrente de Munique. Mas estas mesmas tecnologias que encurtam as distâncias geográficas e sociais, e que permitem ganhar produtividade (dotando as empresas de capacidade de se tornarem mais competitivas) e aceleram as horas do nosso dia são também uma fonte imensa de exclusão. Se o acesso à informação é fundamental na sociedade, hoje e amanhã, a info-exclusão passará a ser uma forma de marginalização social e profissional.
A igualdade de oportunidades passa hoje por garantir a todos os cidadãos o acesso à informação em igualdade de circunstâncias. E estas circunstâncias começam com o domínio das novas tecnologias informáticas. A noção de analfabetos funcionais é um termo que existe hoje num mercado de trabalho, que já não aceita que se possa ignorar como trabalhar com um computador.Recai sobre nós a responsabilidade de preparar Alcobaça para o futuro Deverá se erguida a bandeira da democratização do acesso à informação. Esta democratização só será possível generalizando os meios, os conhecimentos e as oportunidades. Ou seja, a chave para entrar nesta sociedade da informação está não só em ter um computador, mas em saber utilizá-lo, e poder utilizá-lo. Por outro lado, deverá ganhar-se a aposta na criação de Centros de Conhecimento, fóruns de debate temáticos que eliminam as distâncias físicas entre todos aqueles que tiverem opinião para partilhar.Na impossibilidade óbvia de disponibilizar um computador ligado à Internet a cada cidadão, deverá multiplicar-se os pontos de acesso a este meio. Neste aspecto, o Estado e as autarquias deverão assumir em primeiro lugar as suas responsabilidades, intervindo no ponto crucial onde são formados os futuros cidadãos desta nova sociedade. É fundamental que a rede de ensino, aos seus diversos níveis, esteja devidamente equipada com computadores, com acesso à Internet, devendo ser igualmente assumida com prioridade a formação nesta área e a divulgação e produção de conteúdos multimedia. É fundamental também criar uma rede de computadores de acesso publico em todas as freguesias com horário alargado e pós-laboral, onde todos os cidadãos possam não só aceder à Internet mas também utiliza-lo para fazer os seus trabalhos e pesquisas, garantindo assim a igualdade de oportunidades aos menos favorecidos.Estes pontos serão fundamentais para assegurarem o combate à infoexclusão por parte de crianças e jovens provenientes de famílias menos favorecidas. Assim poderemos transformar gerações de potencialidades em gerações de capacidades.
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