Ivone CarreiraEconomistaO concelho da Nazaré é constituído por uma diversidade de realidades económicas, tão próximas quanto distintas: temos um núcleo onde predomina a construção, o turismo, o comércio, a pesca e os serviços, que num raio de poucos quilómetros é rodeado de três núcleos onde predomina a agricultura e se encontra alguma indústria.É um concelho que é fortemente influenciado pela sazonalidade, agravado nos últimos anos pela redução gradual do período de Verão.
A questão do desemprego é um problema extremamente complexo e é fácil constatar que a maior parte das pessoas ou são trabalhadores por conta própria ou são trabalhadores a tempo parcial ou trabalhadores sazonais. Os indicadores de dinamismo económico encontram-se abaixo da média nacional: a iniciativa privada resume-se à (re)abertura de novos restaurantes/bares a cada início de Verão com fim marcado.Encurralados na Região de Lisboa e Vale do Tejo, desde Dezembro de 2002, que não há qualquer apoio financeiro à iniciativa privada, enquanto que a pouco mais de 20 Kms há concelhos que continuam a enriquecer e a acumular subsídios. Nos últimos meses, muito se falou e discutiu sobre Crescimento Sustentado, Áreas de Localização Empresarial, Incubadoras de Empresas, Agência de Desenvolvimento Local, Energias Renováveis, etc.Terminado o longo período de campanha eleitoral dos últimos meses, chegou-se a um momento em que é necessário haver estabilidade. Urge arregaçar mangas e actuar: definir opções e estratégias de desenvolvimento e crescimento para todo o concelho, discussão e divulgação dessas mesmas estratégias, consolidação de esforços conjuntos, promover o aparecimento de ideias inovadoras, captação de capitais e investimentos em empresas de alto valor acrescentado e qualificação dos recursos humanos.É importante a participação e representação dos diversos agentes económicos para caminharmos todos no mesmo sentido. As políticas nacionais recentemente apresentadas são favoráveis e criam um clima favorável ao investimento duradouro: a aprovação do Plano Tecnológico, a criação do Programa InovJovem, a reabertura temporária de candidaturas para apoiar investimentos na área do Turismo na Região de Lisboa e Vale do Tejo, a criação recente de um novo programa de dinamização e revitalização do pequeno comércio de proximidade, o MODCOM, e a aprovação de medidas de combate à burocracia, nomeadamente a criação de empresas em 24 horas. No seu conjunto são medidas, que não obstante o período de crise que se vive, poderão potenciar o investimento, criar emprego e assim relançar a competitividade empresarial.Neste convite ao empreendedorismo, é imperativo acreditar que a Nazaré tem futuro. Mas para que este seja uma realidade é preciso planear com base numa perspectiva integrada, coerente e a longo prazo, com vista à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, com mais e melhores empregos e com mais coesão social.
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