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Galheteiros não vão à mesa do cliente

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As garrafas de 20 mililitros são uma das alternativas como embalagens invioláveis e individuais nas mesas dos restaurantesNova lei apenas permite galheteiros de azeite individuais e selados nos restaurantes Desde a semana passada que os galheteiros de azeite são substituídos por embalagens individuais e invioláveisLiliana JoãoDesde o passado dia 12 deste mês, que os restaurantes […]

As garrafas de 20 mililitros são uma das alternativas como embalagens invioláveis e individuais nas mesas dos restaurantesNova lei apenas permite galheteiros de azeite individuais e selados nos restaurantes Desde a semana passada que os galheteiros de azeite são substituídos por embalagens individuais e invioláveisLiliana JoãoDesde o passado dia 12 deste mês, que os restaurantes são obrigados a trocar os tradicionais galheteiros de azeite por embalagens invioláveis e individuais. Segundo a portaria há um ano publicada e que entrou a semana passada em vigor, estas novas exigências regem-se por motivos de higiene e pela impossibilidade de adulterar o produto. “A tradicional utilização do galheteiro não só não contribui para a valorização (do azeite), uma vez que não permite ao consumidor identificar a origem do azeite, como se revela manifestamente inadequada em termos de higiene e segurança alimentar e de protecção da saúde dos consumidores”, lê-se na portaria publicada há um ano atrás em Diário da República.

O azeite que os consumidores usam no prato como tempero à mesa dos restaurantes tem que ser condicionado em embalagens que se esgotam numa única utilização ou que não podem ser novamente enchidas. Ó azeite pode ser apresentado ao consumidor ou em garrafas normais com uma tampa selada, ou em unidoses, através de saquetas ou de garrafas pequenas. A Associação Portuguesa do Direito do Consumo (APDC) apoia esta nova medida já que “salvaguarda acima de tudo a saúde dos consumidores. A APDC acredita que esta medida deveria estender-se ao vinagre por razões de higiene. Esta nova medida surge depois de terem entrado em vigor novas regras de rotulagem do azeite que estabelecem que os consumidores devem ter a possibilidade de identificar a origem do produto, o que era impossível com a utilização de galheteiros. Quem não cumprir as novas regras pode sofrer multas que vão desde os 750 euros aos cerca de 44 mil euros. A entidade responsável por fiscalizar o cumprimento das novas normas é a recém criada Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.Ainda muitos galheteiros nas mesasNa Nazaré, uma vila turística por natureza, existem muitos restaurantes, consequência do turismo. O REGIÃO foi falar com alguns dos proprietários de restaurantes da vila piscatória que na sua maioria, no dia em que a lei entrou em vigor, ainda não tinham nas suas meses unidoses de azeite, estando ainda os galheteiros nos seus lugares. Venâncio Nunes, proprietário do restaurante “O Vicente”, explicou o porquê de ainda ter nas suas mesas os tradicionais galheteiros. “Até à data ainda não comprei porque ainda não tive tempo de ir comprar. Venâncio Nunes referiu que “já sei onde se vende mas a verdade e que é uma lei e temos que cumprir”. No entanto o proprietário do restaurante não concorda com esta lei pelo facto de ser tornar mais dispendiosa. “Na verdade não concordo nada com esta medida porque acho que fica muito caro, principalmente para casas pequenas como é meu caso”. No restaurante “Adega Oceano” também ainda continuam os galheteiros nas mesas, mas a gerência assegura que vai cumprir a lei apesar “de não concordar com ela já que é muito mais dispendiosa. Para além disto, acho que os clientes vão deixar de ter ao seu dispor mais uma tradição portuguesa que são os galheteiros à mesa”. Mas nem todos os restaurantes continuam com os galheteiros à mesa. O restaurante – cervejaria “A Moiteira” é um dos casos em que nas mesas já se serve o azeite em embalagens individuais e invioláveis. Carlos Mendes, proprietário deste restaurante da marginal nazarena acredita que “o consumidor vai-se habituar a ter às suas mesas garrafas individuais”. “Concordo a cem por cento com esta lei porque salvaguarda a qualidade em relação ao consumidor e credibilidade ao restaurante”, explicou Carlos Mendes, que apesar de saber que se vai tornar mais dispendioso. Em Alcobaça, uma cidade que figura nos roteiros turísticos, com o “seu” Mosteiro de Santa Maria, também são muitos os restaurantes que ainda têm nas mesas os tradicionais galheteiros. Leonel Branco, proprietário do restaurante “D. Inês”, que diz “ainda não conhecer esta nova lei”, acha que “é mais uma lei que nos vai fazer gastar mais dinheiro”. Leonel Branco refere que “irá cumprir com a lei mas isso não quer dizer que concorde. Acho que é um desperdício de azeite para além de sair muito mais caro aos donos dos estabelecimentos”. José Matias, proprietário do restaurantes “Taverna dos Monges”, contou ao REGIÃO que “há muito que já tenho nas minhas mesas embalagens individuais”. José Matias concorda com a nova lei já que “dá uma confiança ao cliente em relação ao restaurante. Esta lei é muito boa para aqueles que alteravam a qualidade do azeite, uma concorrência desleal para aqueles que querem servir bem”. Questões ambientaisCom esta nova lei, levantam-se questões ambientais. Sendo as garrafas de azeite não recicláveis, com a nova lei que proíbe os galheteiros para serem substituídos por embalagens individuais, a “produção deste lixo” será cada vez mais. As garrafas que ainda contêm vestígios de azeite, uma gordura altamente poluente, não podem ser recicladas. Para a Quercus, trocar os tradicionais galheteiros por embalagens descartáveis é um “retrocesso de dez anos no trabalho das associações ambientais o que irá levar a um aumento da produção de resíduos”. A Quercus lamenta esta nova lei que obrigada embalagens de vidro e de plástico com o azeite já que “não há relação entre a qualidade do produto e os descartáveis” tratando-se da “morte do reutilizável”. O Grupo de Acção e de Intervenção Ambiental (GAIA) também é um forte opositor desta lei e apela ao boicote das novas garrafas. A GAIA considera que a lei que entrou em vigor na quarta-feira “constitui um claro incentivo ao desperdício que vai contra uma política ambiental de redução de resíduo”. Este grupo de intervenção ambiental defende que esta medida é prejudicial aos consumidores e ao sector da restauração, uma vez que o preço do litro de azeite será mais elevado, beneficiando os grandes produtores”. A Associação de Restauração e Similares de Portugal (ARESP) também está preocupada com a questão ambiental, e apesar de estar consciente que a qualidade e higiene estará um pouco mais assegurada com esta nova lei. Assim, num esclarecimento sobre novas regras de utilização do azeite nos restaurantes, a ARESP questiona “como irá o Governo e os embaladores do azeite, resolver o problema do aumento da poluição ambiental, através da colocação no mercado de milhões de novas garrafas usadas, com resíduos de azeite, altamente poluidoras”.

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