Damas Antunes sustenta que o aterro do Oeste “não está cheio”Empresa intermunicipal Resioeste com extinção no horizonte A palavra de ordem é reduzir as deposições anuais no aterro do Oeste mas no horizonte já há quem fale em extinção da empresa intermunicipalCarlos BarrosoA empresa intermunicipal Resioeste – da qual fazem parte os municípios da Nazaré e Alcobaça – poderá vir a ser extinta no médio prazo, tendo em conta o que o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, terá dito numa reunião com os autarcas da região do Oeste, que “no futuro a Resioeste será extinta, passando a integrar o sistema de gestão de resíduos da Valorlis, de Leiria”. A confirmar-se esta intenção, os municípios das Caldas da Rainha, Peniche, Óbidos, Bombarral, Alcobaça e Nazaré, passarão a integrar o sistema da Valorlis e os municípios do distrito de Lisboa o da Valorsul, “com benefício para as câmaras e para os cidadãos”, mantendo-se no entanto em funcionamento o aterro no Vilar, mas a receber apenas as 140 mil toneladas/ano.
Uma decisão que a ser tomada não será alheia às realidades administrativas, Comunidades Urbanas e Áreas Metropolitanas, que o PSD criou e às quais o PS se opôs. Agora no Governo, os socialistas parece quererem dar mais força aos distritos, deixando tudo como está, já que não há dinheiro para ter em cada uma das novas estruturas administrativas vários serviços estatais, previstos na legislação que enquadra a criação e funcionamento das Comunidades Urbanas e Áreas Metropolitanas.Entretanto, a Resioeste vai começar esta semana a reduzir a entrada de lixo para deposição, uma vez que de acordo com declarações de Damas Antunes, administrador delegado daquela empresa, “será enviado lixo para a Amarsul onde até ao fim do ano deverão ser colocadas 8 500 toneladas de resíduos”. Esta situação acontece depois da empresa Resioeste ter depositado em aterro 175 mil toneladas de resíduos no último ano, quando o limite máximo permitido é 140 mil toneladas anuais. “Este ano contamos reduzir no total 10 mil toneladas relativamente ao ano passado, já que devido a um reforço da aposta na reciclagem depositaremos menos 1 500 toneladas, seguindo as restantes 8 500 para a Amarsul”, explicou Damas Antunes.“Aterro não está cheio”O projecto da construção deste aterro, que serve 14 concelhos, previa receber de 140 mil toneladas por ano, mas desde que começou a funcionar, em 2002, aquele valor foi sempre ultrapassado. No entanto sustentar que “o aterro do Oeste está cheio ou esgotado é algo que não acontece” defende Damas Antunes, argumentando que “em virtude das imposições europeias esta foi a solução encontrada, estando previsto que para o ano sejam enviadas mais toneladas para a Amarsul”. Actualmente e devido à reciclagem, os anos de vida do Aterro Sanitário do Oeste foram prolongados, mas as imposições da União Europeia, que limitam a 140 mil toneladas, a deposição de resíduos em aterros daquelas características, obriga a depositar resíduos noutros aterros. Esta posição, faz com existam alterações nas tarifas do lixo nos municípios do Oeste. A imposição de reduzir rapidamente as quantidades de resíduos a depositar, implicará um aumento de custos para a empresa, e nomeadamente para os municípios accionistas, contudo, os novos preços a pagar pelas Câmaras ainda não foram estabelecidos pelo Instituto Regulador de Águas e Resíduos, organismo a quem compete a sua fixação.O presidente da Associação de Municípios do Oeste, Carlos Lourenço, instado a comentar esta situação, adiantou que “entretanto o aterro da Resioeste deverá deixar de receber os lixos dos concelhos do distrito de Lisboa, para não serem ultrapassadas as quantidades de resíduos para que foi licenciado”, com os concelhos de Torres Vedras, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Lourinhã, Cadaval e Sobral de Monte Agraço, a depositarem os seus resíduos no sistema da Valorsul, em Loures. O também presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, adianta que esta solução resolve o problema do excesso de lixo depositado no aterro do Oeste, a qual também já foi transmitida às câmaras, durante uma reunião na secretaria de Estado do Ambiente. “Trata-se de uma solução muito mais viável economicamente para os municípios e que permite que se cumpram os limites das quantidades que devem ser depositadas em aterro”, justificou Carlos Lourenço, que sublinhou que “o facto dos municípios pagarem à Resioeste o transporte do lixo para outros aterros era completamente incomportável, porque iria provocar um grande aumento das tarifas, que as Câmaras sempre recusaram pagar”.
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